Conta de Luz

É inegável que o nível dos reservatórios das hidrelétricas está baixo, mas não é apenas o problema climático e/ou ambiental que traz prejuízo à qualidade de vida e ao bolso dos brasileiros, quando o tema é a conta de energia.

O que você paga, a cada mês, com valores ainda maiores a partir de agora, se deve também ao modelo elétrico brasileiro, baseado no princípio da “governabilidade de açougue”.

Desde a década de 1980, o setor elétrico no Brasil vem sendo controlado pelo ex-presidente Sarney, através dos seus representantes e aliados.

Não é só isso, é verdade, mas é também isso que faz com que as empresas de distribuição, principalmente, sejam manipuladas pelos poderosos de plantão.

A corrupção também cobra o seu preço num serviço essencial como o fornecimento de energia, seja para o setor industrial (comercial, também), seja na conta da sua casa, todo mês.

A ex-Ceal, agora Eletrobras Alagoas, já foi comandado nas últimas décadas pelo PSDB, pelo PT, pelo PMDB, que sempre teve um pé na empresa – agora tem os dois: era de Renan pai, é de Marx Beltrão.

O problema é generalizado, em todo o país, tanto que as investigações da Lava-jato chegaram facilmente ao Ministério das Minas e Energia, onde o Lobão do Sarney ocupou por muito tempo o posto de Vice-Rei (o Rei tem bigode).

As elétricas sempre foram privadas, ao modo brasileiro, servindo a interesses de alguns poucos grupos, políticos e empresariais, que se irmanam na hora de se apoderar dos bens públicos.

Um dado interessante, que foi divulgado pelo Contas Abertas: 15 empresas do setor elétrico no Brasil são investigadas na Lava-Jato.

Até as obras construídas e em construção mantêm estreito contado com a corrupção: dez delas, pelo menos, estavam sendo tocadas em 2014 por empresas envolvidas até o pescoço com o assalto aos cofres públicos (dinheiro que deixava um troco nas mãos de alguns poucos).

Ou seja: a Natureza assume a sua responsabilidade pela redução das chuvas e pela queda no nível dos reservatórios.

Quem vai assumir a culpa pela natureza dos dirigentes públicos do país?

A minha resposta é: nós, os eleitores.

Ricardo Mota do TNH

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