As estórias começam assim: era uma vez, no interior da Bahia nasceu um menino, precisamente, no Recôncavo. De família humilde, cuja mãe tinha como “profissão lavadeira de ganho”,” Edvardo” tinha tudo para ser domado pelas regras do determinismo. Sendo negro, parecia já ter nascido com o sonho proibido e o destino traçado. Mas como dito “era uma vez” e em algum instante a história pode não se repetir, possibilitando assim o sujeito fugir das amarras e do círculo vicioso.
Fé, superação, apoio coletivo, esforço pessoal… uma palavra só explica? Um só fato evidencia? Talvez não. Só Sabemos que, neste dia 29 de novembro de 2019, a Bahia ganha seu mais novo imortal. Edvaldo Brito passa a fazer parte do seleto clube do Estado da Bahia. Vai pertencer à Academia de Letras da Bahia, fazendo parte da centenária Casa de Arlindo Fragoso. Soma-se a homens e mulheres que nos apresentam caminhos, contam-nos fantasias e nos impõem o à realidade combalida. A cadeira n.°3 ocupada por Guilherme Radel será reverenciada pelo jurista.
Salvo melhor juízo não é a cadeira que torna uma pessoa imortal, mas a obra, a caminhada… e o advogado, professor, escritor e intelectual Edvaldo Brito possui uma carreira formidável. Ele integra o conjunto de grande juristas do Brasil. Seguiu a tradição baiana de excelentes juristas: Rui Barbosa, Teixeira de Freitas, Orlando Gomes, Aliomar Baleeiro… Oh, céus! Para nossa honra e glória.
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Com a vênia, chamá-lo-ei de professor, tive a honra de ter sido seu aluno no mestrado da Faculdade de Direito da UFBA em 2013, cuja disciplina Jurisdição Constitucional tinha sido feita para acompanhar as mobilizações de ruas, os embates sobre o controle das decisões do STF em face das ações constitucionais concentradas, o (não) monopólio das investigações pela polícia. Foi oportuno aprender com o mestre o quanto é imperioso o cumprimento do programado academicamente, o compromisso com a docência e o sacerdócio diário da retidão, a pontualidade e a persistência com o compromisso intelectual. Verdade seja dita: sofri, confesso, mas a admiração permanece.
É bom lembrar quem é o imortal Edvaldo Brito, cujas credenciais não cabem neste breve artigo, mas registramos a sua formação em Direito na UFBA que possibilitou o exercício da advocacia. Ele cursou mestrado também na sua faculdade de origem e o doutorado na USP, confirmando mais uma vez sua inclinação para a docência e lá já se vai mais de 50 anos. É também um político notável no Estado. Foi prefeito, vice-prefeito e, atualmente, vereador de Salvador. Possui diversos livros e artigos publicados em inúmeras revistas especializadas. É um orador de nos levantar sempre para aplaudir incansavelmente.
O professor Edvaldo Brito pertence também a Academia de Letras de Ilhéus, ocupando a cadeira n.° 28, que antes foi fundada por Orlando Gomes. A sexagenária Casa de Abel reúne diversos juristas e professores, berço da civilização do cacau e fomentadora da cultura sulbaiana. Por sinal, a posse de Edvaldo Brito representa mais uma vez o encontro da Academia de Letras de Ilhéus com a Academia de Letras da Bahia, cujas instituições possuem laços em comum, cujos membros sucessivas vezes pertenceram as duas Casas. Falar do mestre é sempre com muito adjetivos, mas nenhum deles foi colocado sem merecimento.
*Efson Lima é doutor em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e é professor da Faculdade 2 de Julho
Franklin Deluzio é graduado em Filosofia (UESC), possui graduação incompleta em Física pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), como também graduação incompleta em Licenciatura Interdisciplinar pela (UFSB), é Especialista em Gestão Pública Municipal (UESC), Conselheiro de Saúde, Fiscal do Sistema E-TCM, Design Digital Júnior, Design Editorial Júnior, Servidor Municipal de Ilhéus/BA e estrategista em Geomarketing Eleitoral. DRT n. 0007376/BA.
Áreas de interesse: Gestão e Desenvolvimento Urbano, Políticas Públicas, Plano Diretor, Administração de Recursos, Gestão Logística, Filosofia da Educação, Existencialismo, Ética e Discurso, Filosofia da Ciência, Meteorologia, Poder, Verdade e Sociedade em Foucault, Filosofia Jurídica e autores como Heidegger, Bauman, Habermas, Foucault, Derrida, Deleuze, Sofistas, Nietzsche, Sartre, Hannah Arendt, Freud, Carlos Roberto Gonçalves e Giovanni Reale.