Filhote encontrado em Santa Cruz Cabrália, na segunda-feira, 17 (Foto: Divulgação Projeto Baleia Jubarte)

Só este ano, 19 baleias jubarte foram encontradas encalhadas no Brasil, sendo que nove na Bahia, segundo dados do Projeto Baleia Jubarte. Os atuais números colocam o estado mais uma vez como líder de ocorrências, seguido por Rio Grande do Sul (3), Rio de Janeiro (2), Paraná (2), Espírito Santo (1), Alagoas (1) e São Paulo (1).

Além disso, o projeto aponta que, entre o período de 2002 a 2018, a Bahia se tornou o maior estado com casos desta categoria, liderando o encalhe por 13 anos.

A explicação para este acontecimento, de acordo com o veterinário Milton Marcondes, é o fato da Bahia possuir um dos maiores litorais do país.

Destes 19 casos, cinco eram filhotes, oito juvenis, três adultos e outras três – devido ao estado de decomposição – não tiveram como ter a idade confirmada. Três encalharam com vida, sendo que duas não resistiram e outra voltou para o mar.

Temperatura da Antártida

Mais vistas no período entre junho e setembro, as jubartes retornam à Antártica – continente antártico – entre os meses de outubro e novembro em busca de alimentos, onde ficam por aproximadamente quatro meses.

“Passando esse tempo, elas migram para o Brasil para acasalar e ter seus filhotes. Elas não conseguem ter lá por causa da água, que é muito fria. Os filhotes não suportariam a temperatura da Antártida. Diferente do Brasil, que podem parir à vontade. Aqui, eles nascem magrinhos, mas bem protegidos das ondas e com água mais rasa”, explicou Milton.

O Espirito Santo é o segundo estado escolhido pelas baleias para ter seus filhotes. Na região capixaba, as cidades que mais recebem esses animais são Linhares, Conceição da Barra e São Mateus. Já na Bahia, segundo o veterinário, os locais variam a depender da temporada.

Maior parte das baleias que encalha já chega sem vida por conta da alimentação e das fortes ondas. “Quase 90% que chegam na praia já estão mortas, principalmente se forem filhotes, que, por algum motivo, foram separados das mães. Eles se alimentam de leite e ainda não têm o sistema imunológico desenvolvido, além de estarem sujeitos a ataques de tubarões.”

As baleias jubarte vivem em média de 50 a 60 anos e têm uma cria a cada gestação, que dura em torno de 11 meses.

Fonte: Jornal A Tarde

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