Com o objetivo de fortalecer a prática da meliponicultura – nome dado à criação racional de abelhas sem ferrão – no sul da Bahia, a segunda edição do Encontro Uruçu na Cabruca reuniu cerca de 200 meliponicultores dos municípios de Camamu, Ibirapitanga, Ilhéus, Itacaré e Uruçuca, no último dia 5 de novembro, nas instalações do IF Baiano – Campus Uruçuca. A programação do evento contemplou a integração e o compartilhamento de boas práticas entre agricultoras/es familiares que participam de projeto realizado pela Tabôa Fortalecimento Comunitário e IF Baiano – Campus Uruçuca, com apoio do Ministério Público do Estado da Bahia e do Instituto humanize.
“O Encontro é uma atividade estratégica para o projeto e para as comunidades. Por meio desse evento, diversos meliponicultores que estão em regiões distantes podem se encontrar, trocar experiências e compartilhar desafios e boas práticas de manejo das abelhas”, conta Felipe Humberto, gerente de Bioeconomia e Sustentabilidade da Tabôa. Além da partilha de experiências entre os participantes, foram realizados painéis sobre resultados e aprendizados gerados no âmbito do projeto e sobre implantação de pastos meliponícolas em sistemas agroflorestais (SAF).
Clique aqui para fazer parte do novo CANAL do Ilhéus.Net no WhatsApp.
Clique aqui para fazer parte do GRUPO do Ilhéus.Net no WhatsApp.
A Uruçu Amarela, nome popular da Melipona mondury, é uma das espécies habitantes do bioma Mata Atlântica, no sul da Bahia, e já teve muitos ninhos nativos na região de Uruçuca – município que leva o nome em homenagem às abelhas. Para contribuir com a preservação dessa espécie e promover o fortalecimento socioeconômico de comunidades rurais, desde 2019, o projeto Uruçu na Cabruca vem introduzindo o seu manejo sustentável na cabruca, alcançando 154 famílias agricultoras em cinco municípios no sul da Bahia, criando condições para o desenvolvimento de 852 colônias de abelhas.
Julianna Torres, responsável pelo setor de meliponicultura do IF Baiano e uma das coordenadoras do Uruçu na Cabruca, conta que o Encontro é uma culminância do projeto. “Nessa trajetória do projeto, a gente vem observando como as estratégias podem funcionar melhor dentro das comunidades, como a gente pode engajá-las, como a assistência técnica é um diferencial, e tudo isso culmina nesse momento de reunir os grupos alcançados e fortalecer ainda mais os objetivos do projeto”, explica.
Com mais abelhas na cabruca, maior a polinização de plantas de diferentes gêneros e espécies, mais proteção à biodiversidade e maior segurança alimentar das populações, uma vez que boa parte dos cultivos polinizados por esses pequenos insetos são de alimentos que chegam à mesa da população. “O projeto Uruçu na Cabruca tem como objetivo estruturar a cadeia produtiva da meliponicultura no sul da Bahia, por meio do fortalecimento da agricultura familiar do território. Nós atuamos fornecendo insumos, equipamentos e toda a estrutura necessária, capacitação técnica e conhecimentos, para que os agricultores se tornem meliponicultores profissionais, podendo assim gerar renda a partir dessa atividade de criação da abelha Melipona mondury“, compartilha Felipe.
Mais sobre o Uruçu na Cabruca | O projeto promove a prática da meliponicultura no contexto da agricultura familiar no Sul da Bahia, região historicamente conhecida pelo cultivo de cacau no sistema cabruca, sob a sombra de árvores nativas da Mata Atlântica. Por meio de capacitações, implantação de meliponários e acompanhamento técnico especializado para famílias agricultoras, a ideia é fomentar a criação de um polo regional de meliponicultura, gerando alternativa de renda complementar para agricultores/as familiares e disseminando práticas mais sustentáveis para a preservação da Mata Atlântica e da abelha Uruçu Amarela.
O Uruçu na Cabruca é realizado em parceria pela Tabôa Fortalecimento Comunitário e pelo IF Baiano – Campus Uruçuca. E conta com os apoios do Ministério Público do Estado da Bahia, que também participou de sua concepção, e do Instituto humanize.
Estudante do Bacharelado em Políticas Públicas (UFSB), Licenciado em Ciências Humanas e Sociais e suas tecnologias (UFSB), Pós-graduado em Tecnologias WEB (UNOPAR), Graduado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (UNOPAR) & Técnico em redes computadores (SENAI-BA). Jornalista-MTE, sob o número 0006311/BA
“A macaxeira é popular
É macaxeira pr’ali, macaxeira pra cá
E em tudo que é farinhada a macaxeira tá.” (Djavan)