O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, nesta quinta-feira (21), foi marcado por uma manifestação simbólica de pedido de paz no Parque Metropolitano do Abaeté, em Salvador. Já nas primeiras horas do dia, diante do busto de Mãe Gilda de Ogum, foram depositadas flores e milho branco, ato que reuniu representantes de religiões de matriz africana e outros segmentos. O evento reuniu um número limitado de pessoas em virtude da pandemia de Covid-19. 

Mãe Gilda de Ogum faleceu no ano de 2000, após repetidos ataques de outras denominações religiosas, sendo símbolo de resistência e luta pela diversidade, inspirando a criação da data.  

A yalorixá Jaciara Ribeiro, filha biológica de Mãe Gilda e sua sucessora no terreiro Abassá de Ogum, ressaltou que a data remete a um episódio de extremismo religioso, mas também de fortalecimento. “Esta é uma data muito forte e representativa. Hoje, 21 anos após o falecimento de minha mãe, ainda sofremos com a intolerância e a violência. O dia traz pra gente um grande momento de reflexão e estímulo à denúncia. Reivindicamos o direito de professar nossa fé”, conclamou. 

A titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Fabya Reis, destacou o conjunto de esforços do Governo do Estado para reforçar as políticas de enfrentamento à intolerância religiosa e ao racismo. “O esforço para chegarmos aos mais diversos territórios, por meio do nosso Centro Nelson Mandela, unidade móvel, diálogos com gestores e sensibilização da sociedade, iniciativas para fazer valer a proteção à liberdade de culto e apoio às vítimas. Que possamos levar adiante a mensagem da paz. Queremos que todas as pessoas tenham seus direitos assegurados e seguimos plantando a cultura do respeito à diversidade”, pontuou. 

Dados do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela apontam que em 2020 foram denunciados 29 crimes de ódio religioso, totalizando 232 desde a implantação do serviço, em 2013. 

A data 

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído em 2007, tendo o caso de Mãe Gilda como um dos mais emblemáticos na luta contra o racismo e o ódio religioso no país. Após ter a imagem maculada e o terreiro invadido e depredado por representantes de outra religião, a sacerdotisa teve agravamentos de problemas de saúde e faleceu em 21 de janeiro de 2000. 

O episódio repercutiu amplamente, resultando em projetos de lei na esfera municipal e, em seguida, sendo reconhecido na esfera federal. A data é um marco para fomentar o debate acerca do respeito às diferentes crenças e à liberdade de culto. 

Fonte: Ascom/ Sepromi

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