O vazamento da barragem do Fundão em Mariana (MG), em novembro de 2015, contaminou diferentes pontos do litoral brasileiro. Para além do Espírito Santo, primeiro estado em que a lama chegou ao Oceano Atlântico, uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) revelou esta semana que os corais do Parque Nacional dos Abrolhos, na Bahia, também foram contaminados pelos rejeitos do consórcio Samarco.

Em um relatório de quase 50 páginas, os pesquisadores descrevem a presença de metais no arquipélago de Abrolhos, demonstrando a incorporação de zinco e cobre, entre outros elementos decorrentes do rejeito da barragem da Vale. O estudo foi realizado em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).

Contexto

O coordenador da pesquisa, Heitor Evangelista, do Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (LARAMG), lançou uma página no Facebook para que o público acompanhasse a dispersão da lama tóxica  até o mar. Foi por meio desse monitoramento que eles foram alertados sobre a possibilidade de contaminação do arquipélago, a 250 km da foz do Rio Doce.

O relatório conclusivo sobre a contaminação dos corais foi encaminhado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), órgão do Ministério do Meio Ambiente, e vai ser levado em conta nos autos da multa ambiental aplicada à Samarco.

Abrolhos é o recife mais importante do Hemisfério Sul e abriga um terço de toda a biodiversidade marinha global conhecida. Os corais são animais que vivem em colônias e possuem exoesqueletos calcários.

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Foram encontrados metais como zinco e cobre nos corais do parque
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