Pela primeira vez em três anos, a taxa de desemprego no Brasil caiu. Em 2018, o índice de desocupação ficou em 12,3% – um total de 12,8 milhões de desocupados, em média –, ante os 12,7% de 2017, quando 13,2 milhões, em média, ficaram sem atividade. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) foi divulgada nesta quinta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O trimestre que se encerrou em dezembro fechou com 12,2 milhões de desocupados, o que representa uma taxa de desocupação de 11,6%. A queda de 2,4% em relação ao trimestre anterior, cuja taxa de desocupação foi de 11,9%, foi impulsionada por eleições, black friday e o aumento do trabalho temporário para o Natal, segundo o IBGE.

Os contingentes de empregados no setor privado com carteira e sem carteira assinada permaneceram estáveis em relação ao trimestre anterior: 33 milhões e 11,5 milhões, respectivamente. Mas a categoria “por conta própria”, com 23,8 milhões de pessoas, aumentou 1,5% no período. Na comparação com o último semestre de 2017, os empregados sem carteira e os trabalhadores por conta própria tiveram aumentos de 3,8% e 2,8%, respectivamente.

A melhora, portanto, deve-se principalmente ao aumento da quantidade de trabalhadores informais, que é a maior desde 2012, e não à geração de empregos com carteira assinada. O número de pessoas trabalhando sem carteira é de 32,9 milhões. No setor privado, esse número chega a 11,2 milhões. Já o número de pessoas trabalhando por conta própria é de 23,3 milhões, pouco mais que um quarto do total da população ocupada no país.

O aumento da informalidade influenciou, em parte, o crescimento nas atividades de serviços domésticos, comércio, alimentação, transporte e outros serviços.

“Esses números refletem uma tendência que vínhamos observando, do aumento da informalidade se opondo à queda na desocupação”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Outro indicador em destaque é a população subutilizada na força de trabalho, que chegou a 27,4 milhões em 2018. Esse indicador mostra pessoas que poderiam trabalhar mais horas do que fazem atualmente. Sobre a medida desse índice, Cimar destaca que “embora tenha havido redução no contingente de desocupados, nas demais medidas que compõem o indicador – subocupação, força potencial de trabalho e desalento – o quadro é de aumento, com os três indicadores no ponto mais alto da série histórica”.

Entre os grupos de atividades, a agricultura, indústria e construção apresentaram as menores participações na série, informou o TNH.

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