A Bahia foi a campeã de ataques a carros-fortes em 2018. O dado é de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores de Segurança Privada (Contrasp) e aponta que, das 116 investidas contra empresas de transportes de valores durante o ano, no Brasil, 18 ocorreram na Bahia.

O número é 80% superior ao registrado em 2017, quando 10 carros-fortes foram atacados em terras baianas, de um total de 109 em todo o país. O estudo da Contrasp não especifica, no entanto, quais municípios sofreram os ataques e nem em quantos deles o roubo foi consumado.

O caso mais recente aconteceu na manhã desta quinta-feira (31), no bairro da Fazenda Grande do Retiro, em Salvador, quando quatro homens fortemente armados investiram contra um veículo de transporte de valores que chegava para abastecer uma agência do Bradesco, na Rua Melo Moraes Filho.

Seguranças e bandidos trocaram tiros e um dos suspeitos acabou morto. Nesta sexta-feira (1º), a Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) prendeu cinco homens apontados como sendo os responsáveis pela ação. Eles pretendiam, ainda de acordo com a SSP-BA, roubar R$ 600 mil do carro-forte.

Identificados como Raian Nobre Borges, Vinícius Monteiro de Andrade, Ricardo Brandão Costa, o Surfista, e o irmão dele, o segurança Florisvaldo Brandão Santos, o Quinho, de acordo com a pasta, formam uma quadrilha especializada em assaltos a carros-fortes. 

Além deles, também foi preso Luís Augusto Barbosa Soares, baleado no peito por um tiro de escopeta calibre 12 durante a tentativa de roubo na Fazenda Grande. Já Samir de Jesus Silva, o Dapapita, apontado como líder da quadrilha, foi encontrado morto pela polícia em uma casa em Jauá, no Litoral Norte da Bahia.

‘Aproveitam oportunidades’

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Transporte de Valores (ABTV), Ruben Schechter, a Bahia teve uma redução nos casos ocorridos nas estradas. Apesar disso, a ABTV também coloca o estado como líder de ocorrências em 2018, com 18 casos, e na 4ª posição em 2017.

“Nós não especificamos os locais onde ocorrem esses crimes porque isso facilita ainda mais a ação desses bandidos. Mas, nós observamos que esses casos ocorridos em cidades como Salvador, por exemplo, podemos chamar de ação oportunista de criminosos”, disse Ruben Schechter.

Segundo Ruben, os bandidos predispõem e investem em armamento de grosso calibre, em geral, utilizado pelos seguranças – como fuzis e metralhadoras -, observam horários de abastecimentos dos veículos a mercados e casas lotéricas, até que possam agir. 

“Ataques nas estradas são feitos por quadrilhas muito organizadas.  Nas áreas urbanas, são bandidos que se aproveitam das circunstâncias.  Nos reunimos com o secretário ano passado, a polícia fez ofensivas e diminuiu muito as ocorrências na estrada. Houve uma migração nos casos”, completou Ruben, que pretende voltar a se reunir com o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa. 

Procurada pelo CORREIO, a SSP-BA disse, por meio da assessoria, que não mede esforços para investigar, encontrar e prender criminosos ligados à prática e que houve uma diminuição nos casos de roubo a banco em 2018, o que pode ter refletido no aumento dos ataques às empresas de transporte de valores.

A SSP-BA também afirmou que, na maioria dos casos, é identificado que os envolvidos tiveram informações de valores, rotas e horários facilitados por terceiros. A pasta acrescentou que não pode contabilizar em quantos, dos 18 ataques registrados em 2018, o roubo foi consumado – já que, segundo a secretaria, as informações nem sempre são fornecidas pelas empresas. 

Informações do Correio

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