Como toda notícia que gera comoção popular, o caso do segurança do Carrefour de Osasco (SP) suspeito de matar uma cadela de rua a pauladas na semana passada têm gerado notícias falsas na internet.
Circula nos últimos dias a informação de que o segurança foi “brutalmente espancado por populares revoltados com a morte do animal” e internado no Hospital Municipal Antônio Giglio, em Osasco, “com múltiplos ferimentos pelo corpo” (veja acima).
Clique aqui para fazer parte do novo CANAL do Ilhéus.Net no WhatsApp.
Clique aqui para fazer parte do GRUPO do Ilhéus.Net no WhatsApp.
Leia abaixo um trecho do boato, publicado pelo blog O Congresso:
“O homem, que não teve o nome divulgado por questões de segurança, estava indo até a unidade do Carrefour onde trabalha para pegar alguns pertences quando foi reconhecido por manifestantes. Ele ainda correu, mas foi perseguido pelos populares que o alcançaram e desferiram vários golpes e pontapés. As agressões só cessaram após dois guardas civis intervirem e ajudarem o rapaz levando-o até o hospital.”
Não é verdade que o segurança do Carrefour de Osasco investigado pela morte de Manchinha, como a cadela era conhecido, foi gravemente ferido após ser espancado em retaliação.
O primeiro indício de que se trata de uma lorota, mais intuitivo e acessível ao leitor sem maiores investigações, é o de que a única página a noticiar o fictício espancamento foi a tal O Congresso – que, por sinal, já apagou a publicação. Nenhum dos veículos de imprensa profissional que têm coberto o caso da cadela divulgou qualquer informação sobre o assunto. Se fosse verdade, certamente haveria registro jornalístico confiável para saber o que aconteceu.
Outro ponto falho é a foto utilizada pelo blog para mostrar o suposto segurança agredido. A imagem foi retirada de sites locais da região de Itabuna, que em novembro de 2016 noticiaram o caso de um homem que foi linchado após supostamente tentar estuprar uma criança de 4 anos (veja abaixo, na foto à direita).
Além do mais, o Me Engana que Eu Posto procurou a Secretaria de Saúde de Osasco para apurar se havia algum registro de que o segurança foi levado ao Hospital Municipal Antônio Giglio, como diz a notícia falsa, depois de ser agredido.
A pasta afirma que “não atendeu nenhum paciente vítima de espancamento ou com múltiplos ferimentos no Pronto-Socorro do Hospital Antônio Giglio”. “A notícia compartilhada em redes sociais é fake News, provavelmente para acirrar ainda mais os ânimos daqueles que pedem justiça pela morte de um cão ocorrida em um hipermercado da cidade”, diz a assessoria de imprensa.
Por fim, o segurança que é investigado pela morte de Manchinha passou cerca de quatro horas nesta quinta-feira, 6, prestando depoimento na Delegacia de Polícia de Investigações Sobre o Meio Ambiente e Setor de Produtos Controlados Seccional de Osasco (DIICMA). Ele não apresentava sinais de ter sofrido qualquer agressão. O homem chegou acompanhado de advogados e saiu sem falar com a imprensa.
O Ministério Público instaurou um inquérito para investigar a morte do cão no supermercado.
Informações da VEJA
Franklin Deluzio é graduado em Filosofia (UESC), possui graduação incompleta em Física pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), como também graduação incompleta em Licenciatura Interdisciplinar pela (UFSB), é Especialista em Gestão Pública Municipal (UESC), Conselheiro de Saúde, Fiscal do Sistema E-TCM, Design Digital Júnior, Design Editorial Júnior, Servidor Municipal de Ilhéus/BA e estrategista em Geomarketing Eleitoral.
Áreas de interesse: Gestão e Desenvolvimento Urbano, Políticas Públicas, Plano Diretor, Administração de Recursos, Gestão Logística, Filosofia da Educação, Existencialismo, Ética e Discurso, Filosofia da Ciência, Meteorologia, Poder, Verdade e Sociedade em Foucault, Filosofia Jurídica e autores como Heidegger, Bauman, Habermas, Foucault, Derrida, Deleuze, Sofistas, Nietzsche, Sartre, Hannah Arendt, Freud, Carlos Roberto Gonçalves e Giovanni Reale.