Vizinhos também relatam que cachorro não recebe cuidados adequados dos tutores e que costuma ser deixado do lado de fora da casa. (foto: Arquivo pessoal)

A comunidade da Quadra 12 do Cruzeiro Velho se mobiliza em função de um cachorro. Moradores de uma das residências do bairro, os tutores do animal, viajaram na última sexta-feira (12/10) e o deixaram sozinho, no Bloco D. Desde então, ninguém apareceu para dar comida ou água ao bicho. Além disso, o ambiente está sem limpeza e praticamente todo fechado.

O cão, que atende pelo nome de Bob, só se alimenta de vez em quando, com a ajuda dos moradores da quadra, que usam um pequeno espaço entre o portão e a parede para passar um guardanapo com ração. De acordo com relatos, o local onde o pet se encontra está repleto de fezes e urina, e o mau-cheiro pode ser sentido até pelo lado de fora do terreno.

Os vizinhos da família entraram em contato com a Polícia Ambiental e com a 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro Velho), mas foram informados de que as equipes nada podiam fazer, pois não há ninguém que possa ser autuado em flagrante pela prática de maus-tratos.

Apelo

No imóvel onde o animal foi deixado, moram um casal e duas crianças. Ainda de acordo com vizinhos, a comunidade escreveu cartas para o tutor do animal, apelando para que ele abrisse mão do cachorro caso não tivesse condições de criá-lo. “O histórico do dono é péssimo. Ele até já reclamou que os vizinhos querem ensiná-lo como tratar um cachorro. Aqui na quadra todo mundo se conhece, e não estamos vendo ninguém entrar lá desde o dia 12”, relatou uma moradora, que preferiu não se identificar.

Outra vizinha, que também não quis ter o nome revelado, contou que a família viajou para Ilhéus (BA) e tem previsão de voltar só no dia 26. “O cão uiva, late e arranha muito. É tudo fechado na parte externa, então acho que ele fica agoniado por causa do calor. O dono até tinha outro cachorro, que foi atropelado, mas vimos o bichinho agonizando na rua até morrer. Avisamos, e ele apenas levou o cachorro para casa, só não sabemos o que fez”, disse.

O Correio entrou em contato com a equipe do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPMA) da Polícia Militar e recebeu a informação de que o grupo atua só em casos de flagrante. Um dos militares afirmou que o fato de os donos não estarem em casa não permite aos policiais entrar na residência sem um mandado judicial.

Em contato com a reportagem, o porta-voz da corporação, major Michello Bueno, disse que uma equipe irá ao local na manhã de sábado (20/10) para avaliar a situação do animal. O Correio não conseguiu contato com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) da Polícia Civil, informou o Correio Braziliense.

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