12 de dezembro de 2024

Neste sábado, às 19 horas na Casa Malvina, espaço do Coletivo Saladistar, no Centro de Ilhéus, acontecerá o lançamento do livro “A Resistência do Clown na Dramaturgia”, que reúne três peças de teatro inéditas escritas pelo dramaturgo, ator e palhaço, Ed Paixão, natural de Ilhéus. O livro foi editorado por Romualdo Lisboa, diretor do Teatro Popular de Ilhéus.

Palhaço e clown são termos distintos para se mencionar a mesma coisa e a dramaturgia do livro traz como protagonista essa figura estranha que nasce da derrota, ele é o porta-voz dos oprimidos, um ser autêntico que aceitou sua condição grotesca e se libertou das máscaras da sociedade, mas isso só depois de muitas derrotas. Historicamente, ele surge da classe rejeitada, do bêbado que cai no chão e bate o nariz, e por ter caído tantas vezes, seu nariz se torna vermelho. Seu sapato descomunal e suas roupas são achadas no lixo, ou seja, não são sob medida para caber em seu corpo. Na arte, esse ser encontra sua casa, se transforma num herói ao avesso, pinta a cara e fala verdades no palco que ninguém teria coragem, expõe os opressores ao ridículo e é aplaudido no final.

O personagem Carlitos de Chaplin, que é homenageado no livro, é a representação desse herói, seu intérprete, nascido e criado na miséria, com o dom natural para arte do humor, de forte resistência a não dobra-se a qualquer exigência ou ceder favores, conseguiu alavancar sua condição ao mundo dos ricos, sem perder sua humildade e essência. Ele mostrou que os oprimidos podem ter voz e lutar contra a tirania. Suas obras são universais e quebram até hoje barreiras. Chaplin criou um filme anti-guerra que satirizava Hitler em plena segunda guerra mundial e foi expulso do Estados Unidos em consequência de suas ações. De acordo com Ed Paixão. “O livro nasce da minha militância, ao longo de mais de 13 anos de pesquisa e dedicação como ator e palhaço, e já se passaram quase cinco anos, desde que comecei a esboçar o projeto de idealização dele. A obra é um ato político de resistência ao sistema, por isso, o título do livro. A primeira peça (Telepinose) é uma crítica ao papel da mídia e sua influência na sociedade; a segunda (A Prisão de Caliban) é uma releitura da peça “A Tempestade” de Willian Shakespeare que se passa no século XX e aborda temas como a Ditadura Militar de 1964, a escola tradicional e a luta de classes; a terceira e última (O Grande Yorick) é um drama psicológico que mistura Hamlet de Shakespeare com Dom Quixote de Cervantes nos dias atuais.

Na noite de lançamento do livro, haverá a leitura dramática da peça “A Prisão de Caliban” mais um café literário com bate-papo no final. O exemplar do livro poderá ser adquirido no dia pelo valor de R$ 30 reais.

SOBRE O AUTOR

Iniciou suas atividades como ator e diretor na peça Credo em Cruz Ave Maria (2005), participou de oficinas de Clown com Rino Carvalho (2006), do Laboratório de Investigação e Formação do ator (2006), do Retrate Interior do Sated BA (2010), e ao longo dos anos atuou em muitas montagens locais como as peças; Auto do Boi da Cara Preta (2007), vencedora da categoria infantil do IV Festival Multiarte Firmino Rocha; Cangaço (2009), vencedor dos editais: Manoel Lopes Pontes de Estímulo a Montagem de Teatro e Jurema Penna de Apoio à Circulação de Teatro do Estado da Bahia; 1789, A Revolução de Escravos do Engenho de Santana (2013); Medida por Medida, vencedora do edital de ocupação do Teatro Castro Alves; O Santo e a Porca (2016), indicado ao Prêmio Braskem de Teatro, além de trazer no currículo muitos outros espetáculos premiados. Atuou também como Conselheiro Municipal de Cultura da área temática de teatro entre 2011 à 2013.

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