A presença da família, mesmo que virtual, pode ajudar no bem-estar e recuperação de pacientes com diferentes morbidades. – Sesab

Como medida para conter a disseminação do novo coronavírus, hospitais na Bahia suspenderam, desde o início da pandemia, as visitas a pacientes internados com casos suspeitos ou confirmados de covid-19, mas para amenizar a saudade e o sofrimento emocional, equipes de saúde em hospitais baianos recorreram ao uso de tecnologias para que eles possam se comunicar por meio de visitas virtuais.

Profissionais apontam que a presença da família, mesmo que virtual, pode ajudar no bem-estar e recuperação de pacientes com diferentes morbidades.

As visitas ocorrem sempre com a supervisão de equipes formadas por profissionais como psicólogos, enfermeiros, médicos e assistentes sociais.

Marcando presença

Em Salvador, o Hospital Roberto Santos (HGRS), no bairro Cabula, adotou o sistema de videochamadas para pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Um psicólogo avalia previamente o paciente, para verificar se ele demonstra desejo e condições de receber as chamadas.

Para famílias que moram na zona rural, com dificuldades no sinal da internet, podem ser usados vídeos gravados. O Hospital Manoel Vitorino, em Nazaré, além de contatos por vídeos, usa registros fotográficos produzidos pelas psicólogas da unidade.

As videochamadas também estão sendo usadas no Hospital do Subúrbio (HS), em Periperi, devido à alteração no fluxo de visitas na UTI e em duas enfermarias exclusivas de pacientes suspeitos ou confirmados de infecção com covid-19. As visitas virtuais são feitas com o uso de tablets. O Hospital Alayde Costa (HAC), no bairro Alto da Terezinha, faz as chamadas por telefone celular, também para pacientes em UTIs.

Fora da capital, no Hospital Regional da Costa do Cacau (HRCC), em Ilhéus, foi montada uma sala virtual para encontro por videochamadas, que vêm sendo aprovada pelos usuários. Em Feira de Santana, o Hospital Cleriston Andrade (HGCA) promove o atendimento da Visita Virtual a pacientes em unidades fechadas como as de terapia intensiva, semi-intensiva e estabilização, que são os mais isolados e que não têm acesso a seus telefones pessoais.

Para quem acha que só as novas tecnologias têm vez, a boa e velha carta foi escolhida como estratégia para a comunicação entre famílias e pacientes internadas no Hospital da Mulher, em Salvador. As famílias podem levar cartas, que são plastificadas e higienizadas antes de serem entregues para as pacientes.

Mantendo laços

O hospital pediátrico Martagão Gesteira, de Salvador, que atende crianças de todo o estado, adotou o projeto Conexão Psi, realizado em parceria com uma empresa de tecnologia, que doou seis tablets para serem usados no atendimento a crianças com covid-19 e também outras doenças.

A Coordenadora da Humanização do hospital, a psicóloga Laís Damasceno, afirma: “As visitas são práticas de comunicação que possibilitam a manutenção dos laços afetivos e sociais em meio ao isolamento. Temos observado uma minimização dos impactos emocionais do adoecimento e hospitalização, promovendo saúde mental e repercussões no humor do paciente e no enfrentamento ao adoecimento, proporcionando cuidado integral e humanizado”.

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Ela explica, ainda, que muitas pessoas que não têm celular estavam sem comunicação alguma com suas famílias. Como conta a dona de casa Ana Gomes, 38, moradora de Campo Formoso, que acompanha o filho de cinco meses que está internado. Ela ficou 15 dias sem conseguir se comunicar com familiares e foi beneficiada pela ação: “já consegui falar duas vezes. Eu não tenho celular, mas consegui falar com meu esposo, minhas duas filhas e minha sogra. Ajudou muito”, afirma Gomes.

Fonte: BdF Bahia

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