12 de setembro de 2024

Uma modalidade terapêutica vem mostrando bons resultados no sul da Bahia. A musicoterapia, como o próprio nome indica, é uma forma de tratar os pacientes através da música. A técnica utiliza formas diversas de expressões musicais para promover o bem-estar dos pacientes. Em Ilhéus, atividades musicoterapêuticas acontecem de forma gratuita para idosos na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

A musicoterapia auxilia no tratamento de condições de saúde, como ansiedade, estresse, transtorno do espectro autista, dor crônica, Alzheimer, AVC, entre outros. Na UESC, a ação é voltada para idosos ativos, sem uma demanda específica, mas que buscam trabalhar questões de autoestima, identidade e geração social. As práticas acontecem toda terça-feira, das 10h às 11h30.

A atividade acontece através da Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI), projeto que, há mais de 20 anos, promove diferentes atividades voltadas para o público idoso, como curso de educação afetiva, de espanhol, terapia corporal, xadrez, computação, e também a musicoterapia, através do coro terapêutico.

O coro terapêutico era um coral com fins sociais e artísticos até 2022, mas que se voltou para a prática de musicoterapia com a chegada de Alana Magalhães, pedagoga e pós-graduada em musicoterapia pela Faculdade de Candeias. “Quando eu entrei, eu coloquei em prática o método coro terapêutico, mudando um pouco a finalidade do coral, agora, com fins terapêuticos e não pedagógicos, ou de outro sistema”, conta a musicoterapeuta em entrevista ao iBahia.

O coro terapêutico é um método desenvolvido pela musicoterapeuta Cláudia Zanini, que foi professora da graduação em musicoterapia da Universidade Federal de Goiás (UFG) durante muitos anos.

Apesar de poder contemplar todas as idades, Alana conta que a modalidade surgiu com a ideia de reunir pessoas idosas para cantar juntas, tornando a voz um veículo de expressar sentimentos e emoções, além de promover interação social. “Importa mais, no coro terapêutico, o processo do que o produto. Embora a gente ensaie e apresente, todo o processo de encontro, de conversas, de interações, de demandas que surgem, que a gente precisa elaborar juntos, a ajuda mútua, isso também é parte do coro terapêutico”, explica Alana.

O projeto iniciou em novembro de 2022, com poucas pessoas. Em 2023, já contava com 40 participantes, e o número se mantém neste ano.

“A maior parte são mulheres, idosas, mas temos alguns homens também (…). Também fazemos, às vezes, encontros extras em outros espaços, com essa ideia de ir ao encontro do outro. Tem integrantes que já não podem ir até a UESC, dada a distância. Então, a gente vai até ele e faz um ensaio no espaço onde ele mora, para levar essa interação para além dos muros da UESC”, afirma a pedagoga.

A musicoterapeuta conta ainda que são diversos os benefícios e resultados observados atrás da prática. “Nós já fizemos algumas pesquisas com o grupo, e encontramos, como resultado, a melhora do bem-estar geral em relação à interação social; à saúde física, mental, social e espiritual, social […]. A elevação da autoestima também foi um resultado encontrado nessa pesquisa. Muitos relataram até mesmo alívio de dor física. A música tem esse potencial de ajudar no alívio da dor, e nessa pesquisa em especial, nós aplicamos uma técnica de musicoterapia receptiva chamada banho sonoro. Nessa técnica, eles relataram o alívio da dor”, relata. Musicoterapia em Ilhéus: saiba como participar das sessões gratuitas

As inscrições para o projeto são gratuitas. Para participar, o candidato precisa ter no mínimo 50 anos completos ou a completar até março do ano corrente, e levar xerox dos seguintes documentos à sede da UNATI:

• RG;

 

• CPF;

 

• Comprovante de residência;

 

• Título de Eleitor;

 

• 1 foto 3×4.

Cada pessoa pode escolher até cinco cursos, que são distribuídos durante a semana, durante a manhã e tarde. A UNATI fica localizada no térreo do Pavilhão Adonias Filho da UESC, na Rodovia Ilhéus/Itabuna, km 16.

Lei que regulamenta musicoterapia foi implantada neste ano

A musicoterapia é um método relativamente novo, que chegou ao Brasil na década de 1970. Neste ano, os profissionais da área conquistaram um importante marco: a regulamentação da profissão musicoterapeuta, no dia 11 de abril.

A Lei 14.842/24 representa um avanço na área da saúde e terapia, ao reconhecer a importância da música como uma ferramenta terapêutica em contextos médicos, educacionais e profissionais.

Informações do iBahia

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