
O fenômeno El Niño é um fenômeno caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico. O aquecimento e o subsequente resfriamento, num episódio típico de El Niño, dura cerca de 12 a 18 meses, tem início no meado do ano, atinge sua máxima intensidade durante os meses de dezembro – janeiro e termina na metade do ano seguinte.
O fenômeno El Niño que se organizou em 2015 continuou interferindo no clima do planeta durante todo o verão de 2016. Este episódio está entre os três mais intensos já observados desde 1950. O índice que mede a força do EL Niño, chamado índice ONI (Oceanic Niño Index) considera a média das anomalias da TSM durante três meses móveis.
Esperam-se frentes frias mais bloqueadas sobre a Região Sul do Brasil e, por consequência, tempo mais seco sobre a Bahia, especialmente no norte e oeste, sul e sudoeste da Bahia podem serem atingidos por algum fenômeno meteorológico, mas não foi o caso do primeiro semestre de 2016.
Ilhéus tem na sua composição dois sistemas de captações de água em barragens de nível e de acumulação e respectivas estações elevatórias de água bruta, a saber, captação do Santana e captação do Iguape.
Em 2016, a cidade enfrentou uma crise hídrica, o prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro do Progressista anunciou a decretação de estado de emergência devido à crise.
Do mesmo modo, a Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa), inform ou que não havendo mudanças climáticas significativas, o atual nível de água na barragem será suficiente para o abastecimento por cerca de dois meses, essa informação foi transmitida em maio de 2016.
Tal comunicado foi feito pelo gestor exatamente um mês após a Embasa iniciar o histórico rodízio no abastecimento em partes altas e outros bairros da cidade, e buscar a criar condições objetivas para a adoção de medidas por parte do Governo do Estado visando a solução do problema.
Ainda na época, o gerente-regional da Embasa, José Lavigne, explicou que os níveis das barragens que abastecem o município, não apresentaram melhoras nos últimos meses, principalmente pelo fato de não haver chuvas consideráveis nos mananciais há quase um ano. E determinou várias medidas a serem executadas para tentar minimizar os transtornos, como o rodízio no abastecimento em áreas distantes dos terminais de captação, implantação de “tanques comunitários” e disponibilização de caminhões-pipa.
Em resumo foram 9 meses sem chuvas nos mananciais e as ações de caráter emergencial, naquele momento a conscientização da comunidade e a volta das chuvas era única saída para o cenário.
Como naquele ano (veja aqui), os especialistas estão alertando para um Super o El Niño deverá exacerbar secas em algumas áreas e acentuar inundações em outras.
Mister frisar que o fenômeno El Nino não se resume somente a esse fator. Elas são o resultado de um somatório de fatores, que incluem as anomalias meteorológicas, mas envolvem, também, má gestão dos recursos hídricos, falta de infraestrutura de abastecimento capaz de acompanhar o aumento da demanda, educação para um consumo racional de água, redução de desperdícios, uso de fontes alternativas aos reservatórios e controle de problemas ambientais, especialmente o desmatamento e a poluição.
Enfim, até o início deste ano tivemos a influência do fenômeno La nina, que causou inundações em dezembro de 2021 e 2022, intensificada pelos problemas ambientais e a presença intensa da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZACS).

Em novembro de 2016, após fortes chuvas, o fotógrafo e vice-prefeito eleito de Ilhéus, José Nazal, imagens aéreas do manancial do Iguape, que é usado pela Embasa para abastecer parte da cidade. As fotos mostravam que as chuvas aumentaram de forma significativa o nível da represa.
Este texto é só um alerta aos cuidados que devemos ter pela água, meio ambiente, a vida!
Franklin Deluzio é graduado em Filosofia (UESC), graduando em Física pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Especialista em Gestão Pública Municipal (UESC), Conselheiro de Saúde, Design Digital Júnior, Design Editorial Júnior, Servidor Municipal de Ilhéus/BA.
Áreas de interesse: Gestão e Desenvolvimento Urbano, Políticas Públicas, Plano Diretor, Administração de Recursos, Gestão Logística, Filosofia da Educação, Existencialismo, Ética e Discurso, Filosofia da Ciência, Meteorologia, Poder, Verdade e Sociedade em Foucault, Filosofia Jurídica e autores como Heidegger, Bauman, Habermas, Foucault, Derrida, Deleuze, Sofistas, Nietzsche, Sartre, Hannah Arendt, Freud, Carlos Roberto Gonçalves e Giovanni Reale.