11 de fevereiro de 2025

Infinix Note 10 Pro | Divulgação

A Positivo está trazendo para o Brasil a marca de smartphones Infinix, entrando no segmento de aparelhos acima de R$ 1 mil para explorar lacuna deixada pela LG, que saiu do mercado de celulares. Até então, a brasileira competia apenas nas faixas de feature phones (modelos básicos) e de smartphones de entrada.

O lançamento é fruto de uma parceria com a Transsion, fabricante chinesa que é dona da marca Infinix e detém quase metade do mercado de celulares da África. O acordo prevê a fabricação dos aparelhos no Brasil.

— Em PCs, trabalhamos com as marcas Vaio, Compaq e Positivo, cobrindo todos os segmentos. A gente precisava fazer algo parecido com smartphones — contou à coluna Norberto Maraschin, vice-presidente de negócios de consumo e mobilidade da Positivo Tecnologia.

Inicialmente, a Positivo venderá somente o Infinix Note 10 Pro, smartphone de segmento intermediário que será vendido a partir de R$ 1.499. A fabricante fechou parceria com a Via para disponibilizar o aparelho em 173 lojas da varejista e nos sites de Casas Bahia e Ponto. O smartphone também estará à venda nas lojas da operadora Vivo a partir de dezembro, a tempo do Natal. A Positivo dará dois anos de garantia.

Meta: virar terceira maior fabricante

A placa do aparelho está sendo fabricada na unidade da Positivo na Zona Franca de Manaus, mas a montagem final pode ser feita em qualquer fábrica da companhia, como as de Curitiba e Ilhéus (BA).

— Para competir no Brasil, é preciso fabricar localmente, senão o produto fica 35% mais caro — explica Maraschin, que já chefiou as operações da Positivo na África e viu de perto o avanço da Transsion naquele continente.

No Mercado Livre, modelos importados do Infinix Note 10 Pro custam a partir de R$ 2 mil.

O aparelho tem tela de 6,95 polegadas, câmera noturna de 64 MP e câmera frontal de 16 MP. A memória RAM é de 8 GB, e há opções com armazenamento de 128 GB ou de 256 GB. O chipset é o Helio G95, da taiwanesa MediaTek. O modelo ainda não é compatível com a rede 5G.

— Estamos trazendo este modelo agora, mas o plano é trazer o portfólio completo da Infinix a partir do primeiro trimestre de 2022. Existe uma oportunidade de mercado, e todo mundo está brigando pela fatia deixada pela LG. Temos que aspirar a ser a terceira principal marca no Brasil — acrescenta o executivo.

A LG anunciou este ano sua saída do mercado global de smartphones. No Brasil, a companhia sul-coreana detinha participação de 12%, atrás apenas de Samsung e Motorola.

Gigante ‘africano’ de US$ 18 bi

A Infinix é uma das três marcas da Transsion. Embora esteja sediada em Shenzhen, a companhia não opera no mercado chinês, concentrando esforços no continente africano. Lá, a fabricante bateu a Samsung em 2018 e, desde então, é líder absoluta.

No segundo trimestre deste ano, a Transsion deteve 47,4% do mercado africano, contra apenas 19% da Samsung, segundo dados da consultoria IDC. Suas três marcas — Tecno, Itel e Infinix — são onipresentes na vida dos consumidores africanos.

A companhia fez IPO em 2019 e vale hoje US$ 18 bilhões na Bolsa de Xangai. Depois de consolidar sua presença na África, a companhia tem ganhado participação em mercados emergentes como Índia e Rússia, embora ainda esteja longe das primeiras posições nos rankings de fabricantes desses países.

Acordo cancelado com a Huawei

Por aqui, a Positivo já ensaiava há algum tempo entrar em segmentos de maior tíquete médio no mercado smartphones. Há três anos, ela chegou a fechar parceria com a chinesa Huawei para trazer smartphones premium e brigar com os modelos mais caros de Apple e Samsung, Mas o acordo foi desfeito em poucos meses, antes mesmo de qualquer aparelho chegar ao Brasil.

À época, as companhias não explicaram a razão do rompimento, mas a Huawei já era o alvo principal de uma ofensiva do governo Trump contra empresas chinesas de tecnologia. No ano seguinte, a Huawei sofreria seu maior revés, ficando impedida de usar o sistema operacional Android.

O Infinix chega em um momento de crescimento da divisão mobile da Positivo. No primeiro semestre do ano, a receita da companhia com celulares e tablets foi de R$ 400 milhões, 135% mais que no mesmo período do ano anterior. A participação do segmento na receita bruta da companhia subiu de 18% para 23%, na comparação anual.

Informações do Globo

Compartilhar Post:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *