Foto: Ilustração

A cobrança da conclusão das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), principalmente do Trecho 01, com 537,2 km entre Ilhéus e Caetité, foi a tônica do debate A TARDE Conecta A Fiol e o futuro da mineração na Bahia, realizado nesta quinta-feira, 3, por meio do canal do YouTube do Grupo A TARDE.

Os defensores da estrada de ferro apontam para o desenvolvimento regional ao longo do seu percurso, destacando que o trem barateia o custo de frete e aumenta a competitividade, notadamente da produção de grãos (no oeste) e minérios (no sudoeste) até o porto, em Ilhéus, para exportação.

Na mesa-redonda, mediada pelo jornalista Jefferson Beltrão, o presidente da Companhia Baiana de Produção Mineral (CBPM), Antônio Carlos Tramm, manteve o tom de crítica à “demora do TCU” em liberar a licitação deste trecho, que está com 74% das obras concluídas, para que uma empresa tenha a concessão para terminar e administrar a estrada .

“A Fiol não é apenas uma estrada, é um instrumento de desenvolvimento de várias regiões”, disse Tramm, salientando que não entende “por que o TCU ainda não liberou este processo”. Ele enfatizou que a obra, mais do que um investimento, é um legado para as futuras gerações.

Diretor da Bahia Mineração Ltda (Bamin), Alexandre Aigner ressaltou que o potencial de desenvolvimento econômico e social da região sudeste baiana terá um salto com a ferrovia em funcionamento.

Ele citou que, embora a Bamin tenha capacidade e já poderia estar produzindo 18 milhões de toneladas de minério por ano, começou recentemente a processar 800 mil t/ano “porque não podemos usar a Fiol”. Um dos entraves para aumentar a produção é o custo do frete, pois o ferroviário é cerca de 76% menor que o atual escoamento por rodovia.

Segundo o presidente da Valec, André Kuhn, a Fiol é prioridade para o Ministério de Infraestrutura, que liberou mais R$ 150 milhões para este ano com previsão de liberar mais de R$ 1 bilhão no ano que vem.

Kuhn disse estar otimista, com esperança que a licitação deste trecho seja liberada ainda este ano (2020) e que no final de 2021 o segundo trecho esteja pronto para ser licitado.

Escoamento

A Fiol foi dividida em três partes, sendo o trecho 01 entre Ilhéus e Caetité; o 02, Caetité e Barreiras; e o 03 de Barreiras até o Centro-Oeste do Brasil, este último em fase de projeto.

Ao enfatizar a importância da ferrovia para a estrutura de escoamento da produção no estado, o secretário de Infraestrutura da Bahia, Marcos Cavalcanti, disse que existe um consenso entre diversos setores envolvidos para uma mudança do traçado original da estrada na terceira fase da Fiol.

Ele explicou que, em vez de ligar Barreiras a Figueirópolis (TO), como previsto inicialmente, o retorno será maior com o traçado até Campinópolis ou Mara Rosa (GO), favorecendo a conexão com a região produtora de Mato Grosso. Conforme o presidente da Valec, a empresa já está trabalhando neste novo estudo.

Em resposta à reportagem, o TCU encaminhou documento apresentado pelo relator do processo, ministro Aroldo Cedraz, na sessão plenária do tribunal em 26 de agosto.

Na mensagem ele destacou que existem pontos não esclarecidos para o Tribunal, pontuou que os autos se encontram em instrução na SeinfraPortoFerrovia, e, assim que estiverem prontos, o assunto será apreciado pelo Plenário.

“Em que pese a relevância socioeconômica do empreendimento para a região – que conheço muito bem –, entendo que o açodamento das análises conduzidas pelo TCU pode resultar em indesejáveis gargalos logísticos”, ponderou Cedraz.

Informações do A Tarde

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