A cultura cacaueira brasileira superou a grave crise da vassoura de bruxa dos anos 80, mas dificilmente volte a atingir o pico de 450 mil toneladas anuais. A produtividade está crescendo, as lavouras do Pará têm muito a expandirem, mas o Brasil quer ganhar mesmo é no valor agregado e aproveitar que é o único país no mundo que possui a cadeia completa do setor.
Se as indústrias processadoras ao menos pararem de importar a média de 70 mil/t por ano – que cobrem o déficit de produção deste que foi um dos maiores plantadores do mundo – já seria uma vitória importante. Em 2019, segundo dados preliminares do governo, foram colhidas 252,5 mil/t de amêndoas.
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A meta é melhorar a qualidade da amêndoa, da produção à seleção. E já está propiciando que cada vez mais que indústrias de chocolate especiais se instalem, onde o cacau pode participar (idealmente em termos de paladar) entre 70% e 85% de teor.
De acordo com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), na região de Ilhéus, Sul da Bahia, mais de 60 pequenas e médias indústrias funcionam. E algumas já exportam.
Além disso, segundo Waldeck Pinto de Araújo, diretor-geral, o selo de origem conferido para alguns agricultores também abre uma janela exportadora de amêndoas finas.
Mesmo no mercado interno, a valoração pode chegar a 70% de prêmio sobre a cotação média de ICE Futures (Nova York), atualmente balizando a tonelada ao redor de US$ 2,5/2,6 mil.
“A nossa cadeia de valor envolvendo lavoura (entre o quinto e sexto produtor mundial), indústria e consumo é única no mundo”, explica ele, lembrando o potencial de demanda interno, contudo: o Brasil tem um consumo per capita de 2,5 kg/ano, contra de 5/6 kg nos países nórdicos e Estados Unidos.
Ambientalmente sustentável
Nas contas do órgão do Ministério da Agricultura (Mapa), a tradicional e pioneira produção baiana ficou com 105 mil/t e a do Pará, em 129 mil/t. Além do Espírito Santo, em terceiro, e outras regiões com volumes residuais.
Importante destacar, pede Pinto de Araújo, que a produção paraense, crescendo à média de 8/9 mil hectares e volume em alta em torno dos 8%, ano, se dá “absolutamente em pastos e áreas de agricultura degradadas”. Prevalece o sistema agroflorestal. Estudos do governo paraense, mencionados por Waldeck de Araújo Pinto, falam em até 300 mil hectares degradados que poderiam sem aproveitados pela cultura cacaueira, uma das mais antigas da exploração do agronegócio brasileiro de escala comercial.
Na Bahia, esse sistema é mais reconhecido e antigo, conhecido por “cabruca”, quando os pés do cacau crescem sombreados pela floresta nativa do Sul do Estado.
O cacau é sustentável. Basicamente hoje dominado por agricultores familiares, invertendo o perfil do passado dominado pelos coronéis imortalizados pela literatura.
Enquanto nos países produtores da África – Costa do Marfim e Gana produzem em torno de 2/3 das cerca de 4,6 milhões/t mundiais -, o desmatamento para as plantações aumenta, no Brasil Pinto de Araújo avalia que o diferencial ambiental é cada vez mais observado positivamente pelas indústrias mundiais.
Franklin Deluzio é graduado em Filosofia (UESC), possui graduação incompleta em Física pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), como também graduação incompleta em Licenciatura Interdisciplinar pela (UFSB), é Especialista em Gestão Pública Municipal (UESC), Conselheiro de Saúde, Fiscal do Sistema E-TCM, Design Digital Júnior, Design Editorial Júnior, Servidor Municipal de Ilhéus/BA e estrategista em Geomarketing Eleitoral. DRT n. 0007376/BA.
Áreas de interesse: Gestão e Desenvolvimento Urbano, Políticas Públicas, Plano Diretor, Administração de Recursos, Gestão Logística, Filosofia da Educação, Existencialismo, Ética e Discurso, Filosofia da Ciência, Meteorologia, Poder, Verdade e Sociedade em Foucault, Filosofia Jurídica e autores como Heidegger, Bauman, Habermas, Foucault, Derrida, Deleuze, Sofistas, Nietzsche, Sartre, Hannah Arendt, Freud, Carlos Roberto Gonçalves e Giovanni Reale.