Assim como ocorre no Brasil como um todo, o PIB (Produto Interno Bruto) da Bahia, ou seja, a riqueza gerada pelo estado, é altamente concentrado em poucos municípios, com peso muito importante da capital.

Em 2017, o PIB de Salvador, estimado em R$ 62,7 bilhões, equivalia à soma do valor gerado pelos 368 municípios baianos com os menores PIB. Ou seja, era preciso somar o PIB de 88,2% do total de cidades do estado para chegar ao valor gerado pela capital. Esses 368 municípios, juntos, tiveram um PIB de R$ 62,9 bilhões em 2017.

Além de alta, a concentração da Economia baiana na capital e em outras poucas cidades não mostra sinais recentes de redução significativa.

Os dois maiores PIB municipais do estado são os mesmos ao longo dos 15 anos de série histórica disponível para o indicador (2002-2017): Salvador e Camaçari (R$ 23,1 bilhões em 2017). Considerando-se os três maiores, com a inclusão de Feira de Santana (R$ 16,7 bilhões em 2017), o ranking se mantém o mesmo desde 2004.

Em 2017, os 10 municípios baianos com maiores PIB representavam pouco mais da metade de toda a riqueza gerada no estado (52,3%). Em relação a 2016, houve três alterações nesse grupo. Ilhéus, que ocupava a 9ª posição, deixou o ranking em 2017, caindo para 12ª; Itabuna (R$ 3,984 bilhões em 2017) subiu de 10º para 9º e Barreiras (R$ 3,889 bilhões), que era 13º em 2016, passou a ocupar a 10ª posição no ano seguinte.

No outro extremo, Ibiquera (R$ 27,1 milhões), Dom Macedo Costa (R$ 31,3 milhões) e Cravolândia (R$ 36,8 milhões) eram, em 2017, os municípios com menores PIB na Bahia.

Em 15 anos (2002-2017), Salvador é quem mais perde e Feira de Santana é quem mais ganha peso no PIB da Bahia

Apesar da elevada concentração do PIB baiano na capital, em 15 anos (2002-2017) Salvador foi o município que mais perdeu participação na riqueza gerada no estado. Por outro lado, quem mais ganhou peso na Economia baiana, nesse período, foi Feira de Santana, no Centro-Norte.Em 2002, de cada R$ 100 gerados na Bahia, cerca de R$ 27 vinham de Salvador, que respondia por 26,8% do PIB do estado. Em 2017, a participação ficou em 23,3%, ou seja, a capital era responsável por R$ 23 de cada R$ 100 gerados no estado.

Por outro lado, Feira de Santana, que contribuía com 3,7% do PIB da Bahia em 2002, viu sua participação crescer para 5,1% em 2017.

As duas cidades têm forte peso no setor de serviços privados (excluindo-se a administração pública), que representavam em 2017 71,4% do valor gerado em Salvador e 63,5% do valor gerado em Feira de Santana.

Salvador (9º), Camaçari (33º), Feira de Santana (69º) e São Francisco do Conde (95º) estão entre os 100 maiores PIB do país

Em 2017, com R$ 62,7 bilhões, Salvador se manteve como o 9º maior PIB do país (mesma posição desde 2015), o 8º maior entre as capitais e o líder no Nordeste (mesmas posições desde o início da série, em 2002).

Contando com a capital, a Bahia, assim como Pernambuco, tinha 4 municípios entre os 100 maiores PIB brasileiros, em 2017. Além de Salvador (9º), Camaçari (33º), Feira de Santana (69º) e São Francisco do Conde (95º) estavam nesse grupo.Na Região Metropolitana de Salvador, Camaçari tem o segundo maior PIB baiano e se destaca pela indústria de transformação, sobretudo a fabricação de produtos químicos, a automobilística e o refino do petróleo.

O valor gerado pela atividade industrial em Camaçari chegou a R$ 9,9 bilhões em 2017, representando 56,5% do valor adicionado total do município. É o maior valor adicionado industrial da Bahia e do Nordeste e o 12º maior do país.

São Francisco do Conde tem o quarto maior PIB da Bahia, também fica na Região Metropolitana da capital e tem na indústria sua principal força econômica. Puxado fortemente pelo refino de petróleo, o valor gerado pela atividade industrial ficou em torno de R$ 5,5 bilhões em 2017, que representou 65,2% da riqueza do município.

Dentre os 10 municípios com maiores PIB no país, apenas Osasco/SP não é uma capital. O município de São Paulo tem, historicamente, o maior valor, R$ 699,3 bilhões em 2017, representando 10,6% do PIB brasileiro – e mais de 10 vezes o PIB soteropolitano.

Em ano de alta do algodão e da soja, São Desidério volta a ter o maior PIB agropecuário do país

Em 2017, o bom desempenho das lavouras de algodão e soja levaram o município de São Desidério, no Oeste baiano, a ocupar novamente o posto de maior PIB agropecuário do país, com um valor gerado de R$ 1,5 bilhão, o que representou 66,5% da Economia da cidade.

Em 2016, em consequência sobretudo da seca que atingiu boa parte da Bahia, São Desidério havia deixado o topo do ranking do valor gerado pela agropecuária, caindo para a 12ª posição.

Em 2017, além de São Desidério, Formosa do Rio Preto, também na região Oeste da Bahia, voltou a estar entre os 20 maiores PIB agropecuários do Brasil, subindo da 42ª para a 7ª posição, em um ano.

A recuperação das lavouras de commodities também fez São Desidério e Formosa do Rio Preto liderarem o ganho de participação no PIB baiano entre 2016 e 2017.

Nesse intervalo, o PIB de São Desidério, em valores nominais correntes de cada ano, passou de R$ 1,5 bilhão para R$ 2,4 bilhões, e o município avançou de uma participação de 0,58% para 0,88% do PIB do estado.

Já Formosa de Rio Preto viu seu PIB (em valores nominais) passar de R$ 989,8 milhões em 2016 para R$ 1,7 bilhão em 2017 e subiu de uma participação de 0,38% para 0,65% do PIB baiano.

Administração pública representa mais da metade do PIB de quase 3 em cada 10 municípios baianos (109 cidades ou 26,1% do total)

A Bahia tinha em 2017, dois municípios entre aqueles com os 20 maiores valores gerados pela agropecuária; um município entre os 20 maiores valores gerados pela indústria (Camaçari, 12º) e um município entre os 20 maiores valores gerados pelos serviços privados (Salvador, 8º). Entretanto, era a administração pública que dominava o PIB de quase 3 em cada 10 cidades baianas.

As atividades ligadas à administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social representavam mais da metade do valor gerado em 109 dos 417 municípios da Bahia (26,1% do total).

Somando a eles as cidades em que, mesmo quando não era mais da metade do PIB, a administração pública ainda tinha o maior valor adicionado, chegava-se a 311 dos 417 municípios baianos. Ou seja, a administração pública era a principal geradora de riqueza para pouco mais de 7 em cada 10 cidades do estado (74,6%).

Uma maior dependência da administração pública reflete menor dinamismo da economia municipal.

Os cinco municípios baianos com menor dependência econômica da administração pública, em 2017, eram Formosa do Rio Preto (6,71% do valor gerado por essa atividade), Camaçari (6,28%), São Desidério (6,17%), Conceição do Jacuípe (6,04%) e São Francisco do Conde (4,83%), que tinha o menor valor.

Em Salvador, a administração pública respondia por 15,1% do valor gerado. Era a 9ª menor participação entre as capitais. São Paulo tinha a menor dependência econômica dessa atividade (7,5% do valor adicionado), e Brasília tinha a maior (45,5%).

De 2016 para 2017, São Francisco do Conde cai de 3º para 7º maior PIB per capita do país

Em 2017, o PIB per capita brasileiro (valor do PIB dividido pela população estimada no ano) foi de R$ 31.833,50, e o baiano ficou em R$ R$ 17.508,67. Na Bahia, o destaque nesse indicador foi, mais uma vez, para São Francisco do Conde. Com R$ 253.895,58 (quase 8 vezes o valor do país e cerca de 15 vezes o valor do estado), ele se manteve como município baiano com o maior PIB per capita.

Perdeu posição, porém no ranking nacional, caindo do 3º lugar em 2016 para o 7º em 2017. Paulínia/SP continuou com o maior PIB per capita do país (R$ 344.847,17) em 2017. Assim como São Francisco do Conde, o município paulista possui relevância na indústria de refino de petróleo. Em segundo lugar vinha Triunfo/ RS (R$ 311.211,93), onde se destaca a indústria petroquímica. Louveira/SP ficou na terceira posição nacional (R$ 300.639,40) e tem maior peso das atividades ligadas ao comércio.

Os municípios com os maiores PIB per capita do país ao longo da série (2002-2017), caracterizam-se pela baixa densidade demográfica. Em 2017, os 10 maiores municípios nesse quesito somavam 1,5% do PIB brasileiro e 0,2% da população.

Segundo maior PIB per capita da Bahia, Camaçari (R$ 77.816,68) também perdeu posição no ranking nacional, de 92º lugar em 2016 para 103º em 2017.No estado, a terceira posição, em 2017, ficou com São Desidério (R$ 69.979,13), que subiu no ranking local (era o 7º PIB per capita da Bahia em 2016).

O PIB per capita de Salvador em 2017 foi estimado em R$ 21.231,48, e o município caiu um pouco no ranking do estado, da 26a posição em 2016, para a 29ª no ano seguinte. Segue também entre as capitais brasileiras com menor PIB per capita, superando apenas Maceió/AL (R$ 21.210,09), Macapá/AP (R$ 21.054,88) e Belém/PA (R$ 20.821,46), que tem o menor valor.

É importante salientar que nem todo PIB gerado no município é apropriado por sua população residente, uma vez que a geração do PIB e a renda disponível para consumo não são necessariamente iguais.

Informações da Comunicação do IBGE

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