As análises feitas pela Petrobras sobre o óleo que chega às praias do Nordeste desde o fim de agosto concluiu que se trata de uma mistura da produção de três campos na Venezuela. A companhia frisou, porém, que investigações apontam como provável origem o derramamento por um navio.

Em entrevista ontem, o diretor de Assuntos Corporativos da estatal, Eberaldo de Almeida Neto, disse que a Petrobras comparou o combate ao vazamento a “procurar agulha no palheiro”, já que não se sabe a origem do vazamento. 

“A gente comparou a análise da origem com mais de 30 amostras e concluiu que ela é de três campos venezuelanos, um blend do petróleo de lá”, afirmou Neto, durante encontro que detalhou o resultado da companhia no terceiro trimestre. 

O governo já havia confirmado que os estudos da Petrobras apontavam a Venezuela como origem do petróleo. Análise feita pela Universidade Federal da Bahia chegou a conclusão semelhante. 

O diretor da Petrobras disse que o desconhecimento sobre a origem do vazamento dificulta a estratégia de combate, já que só é possível identificar o produto quando ele atinge as praias. A empresa fez sobrevoos no litoral do Nordeste, mas não conseguiu identificar o caminho do óleo. 

Assim, disse o executivo, não é possível instalar barreiras de contenção para evitar que as manchas toquem a costa. “Quando vaza de uma instalação de produção, a gente detecta a origem e consegue combater mais fácil. Quando não tem o fator de origem, não se sabe como foi e quando foi, é como agulha no palheiro”.

A Petrobras vem apoiando o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no trabalho de limpeza das praias, a pedido do governo. Enviou equipamentos ao Nordeste e coordenou equipes na região.

Almeida Neto disse que a empresa será ressarcida pelos custos da operação, mas que o tema só será discutido após o fim da emergência. “Está sendo contabilizado em paralelo e, assim que terminar o trabalho, a gente entra nessa discussão. Nosso foco principal é a limpeza das praias”, afirmou.

Ontem, O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) pediu à Corte que investigue a atuação dos órgãos federais nas operações de combate ao desastre ambiental que, há 55 dias, contamina as praias do Nordeste. O pedido foi apresentado pelo subprocurador-geral do MP-TCU, Lucas Rocha Furtado. Na representação.

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