Com mais de 200 mil toneladas produzidas entre 2017 e 2018, a Bahia tem liderado a produção de cacau no Brasil, em uma disputa concorrida com o Pará, que é o segundo maior produtor do país. E, neste ano, a previsão é de que o estado seja destaque nacional novamente.
Nesta quarta-feira (12), a TV Bahia exibiu a oitava reportagem do projeto “Avança”, que trata sobre o desenvolvimento econômico do estado, e mostra segmentos que são destaque, setores com alta produtividade, exemplos de negócios e utilização de tecnologia. A produção de cacau no sul do estado foi tema da reportagem.
Em 2017, a Bahia teve 88,6 mil toneladas do fruto, enquanto o Pará somou cerca de 57 mil. Em 2018, a produção baiana chegou a 122,6 mil toneladas e a paraense ficou perto em 116,1 mil. Neste ano, a previsão é que o Pará chegue a 113 mil toneladas e a Bahia mantenha a produção perto de 120 mil.
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A maior parte do cacau baiano sai do litoral sul, que ainda lida com a devastação da praga conhecida como vassoura de bruxa. Por lá, os produtores tiveram que reinventar as fazendas e apresentaram bons resultados com as mudanças. Na última década, o litoral sul foi a região da Bahia que mais aumentou a participação no Produto Interno Bruto (Pib) do estado.
“A produção de cacau começou quando a Ceplac [Comissão Executiva Plano da Lavoura Cacaueira] introduziu o pacote tecnológico dela e começou a gerar produção e produtividade. Isso foi em 78, 79…O Brasil exportou em torno de um bilhão de dólares, em torno de licor, torta, manteiga, pó e amêndoa de cacau. Essa produção teve esse ápice, depois chegou a vassoura de bruxa em 1989 e teve uma queda na produção, chegando ao fundo do poço no ano de 2000, então saímos de em trono de 400 mil toneladas para 98 mil toneladas, quase 1/4 da produção”, diz Antônio Zugaib, da Comissão Executiva Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
“A vassoura de bruxa destruiu muitas plantações e muitas fortunas. Ao longo dos anos foram várias as tentativas para reverter a situação. A Ceplac criou, então, estratégias baseadas em 4 tipos de controle da praga. Entre eles, o genético, que vem dando o melhor resultado. As plantas clonadas são mais resistentes à vassoura de bruxa. Os frutos desses trabalho aparecem nos números da economia”, completou Zugaib.
No ano passado, a Bahia respondeu por 41% das exportações de cacau e seus derivados. O estado vendeu mais de US$ 1,1 milhão. Ilhéus lidera esse ranking, e, graças ao cacau, aparece como o décimo município baiano que mais vende a outros países. Na região, foi implantado o plantio do cacau em sistema “cabruca”, embaixo de grandes árvores da mata atlântica, que contribuiu para a sobrevivência das lavouras.
Além disso, a Ceplac buscou caminhos para estimular os produtores a seguirem apostando no cacau. Um deles foi ensiná-los a transformar as amêndoas em um chocolate com alto teor do fruto. A iniciativa ajudou muitos produtores a saírem do sufoco. Foi o que aconteceu em uma fazenda, na cidade de Coaraci.
O dono da propriedade, Henrique Almeida, conseguiu produzir amêndoas de qualidade, que vão parar na indústria de chocolate fino, em Ilhéus, administrada por ele e por um empresário da região.
“A gente foi buscar o próprio caminho e o caminho começa lá em 2008, quando eu fui ao Festival Chocolat, em Paris, e, depois, vem o Festival de Chocolate de Ilhéus e a necessidade de várias marcas que foram surgindo, e a gente conseguiu transformar esse sonho em realidade, que é isso que vocês estão vendo aqui hoje. Se não fosse o chocolate, a minha propriedade seria igual a qualquer uma outra. A gente encontrou no chocolate esse ‘up’ para poder ter hoje trabalhadores com carteira assinada, com todos os impostos recolhidos, ter um número maior de funcionários na fazenda”, contou Henrique Almeida.
A indústria tem apenas três meses de funcionamento, mas já produziu seis toneladas de chocolate. Para os empresários, esse tipo de mercado ainda está engatinhando na região e tem tudo para conquistar o mundo.
Segundo a Associação Comercial de Ilhéus, a Bahia já tem 70 marcas de chocolate que usam a amêndoa do sul do estado. Os empresários acreditam e almejam que a região pode se transformar na maior produtora de chocolate de cacau de qualidade do mundo.
“Nós temos tudo, nós temos a qualidade e temos o consumidor. O Brasil é o único mercado produtor de cacau do mundo que tem todas as pontas, então a gente pode fazer isso. Nós estamos sentados em um barril de dinheiro que é o cacau de aroma, o cacau de qualidade”, diz. G1
Franklin Deluzio é graduado em Filosofia (UESC), possui graduação incompleta em Física pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), como também graduação incompleta em Licenciatura Interdisciplinar pela (UFSB), é Especialista em Gestão Pública Municipal (UESC), Conselheiro de Saúde, Fiscal do Sistema E-TCM, Design Digital Júnior, Design Editorial Júnior, Servidor Municipal de Ilhéus/BA e estrategista em Geomarketing Eleitoral. DRT n. 0007376/BA.
Áreas de interesse: Gestão e Desenvolvimento Urbano, Políticas Públicas, Plano Diretor, Administração de Recursos, Gestão Logística, Filosofia da Educação, Existencialismo, Ética e Discurso, Filosofia da Ciência, Meteorologia, Poder, Verdade e Sociedade em Foucault, Filosofia Jurídica e autores como Heidegger, Bauman, Habermas, Foucault, Derrida, Deleuze, Sofistas, Nietzsche, Sartre, Hannah Arendt, Freud, Carlos Roberto Gonçalves e Giovanni Reale.