A vida do baiano Sammir foi pautada por escolhas fortes e recompensas grandes. Natural de Itabuna – Bahia -, ainda jovem desembarcou em Curitiba para integrar as categorias de base do Athletico Paranaense. Em seguida, aos 19 anos, aceitou uma proposta para vestir a camisa do Dinamo Zagreb, da Croácia. Três anos depois, garantido o sucesso na Europa, foi convidado para se naturalizar croata. Não pensou duas vezes. De olho na seleção do “novo país”, foi premiado com a convocação para a Copa do Mundo de 2014. Disputada no Brasil, coincidentemente. Nesse meio tempo, Sammir teve o prazer de se tornar amigo de Luka Modric, astro do Real Madrid e eleito o melhor do mundo no ano passado. E não foi só isso. Ao trocar o Dinamo pelo Tottenham, em 2008, Modric cravou.
– Ele saiu e deu uma entrevista dizendo que os torcedores poderiam ficar tranquilos que o sucessor dele tinha chegado e no caso era eu. Eu herdei a camisa 10 dele.
Agora, em 2019, já experiente e com 31 anos, Sammir está de volta ao país natal para seguir a carreira. Foi uma das principais contratações do Sport para a temporada e, logo de cara, causou muita expectativa no torcedor. A estreia veio um mês e meio depois, na semana passada, contra o Petrolina. Em poucos minutos em campo, só aumentou a perspectiva do esperado dele no Recife.
– Foi um momento muito simbólico, por voltar a jogar uma partida oficial. É claro que isso me fez falta porque jogo futebol desde os 11 anos. Entrei no jogo, a torcida pediu e os jogadores me deixaram muito a vontade. E agora espero continuar trabalhando. Não quero ficar entrando só no banco. Tenho que trabalhar para buscar a titularidade no time.
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Dos 14 anos de carreira, Sammir passou 12 na exterior. Além do Dinamo Zagreb, da Croácia, defendeu o espanhol Getafe e os chineses Jiangsu Suning, Hangzhou Greentown e Wuhan Zall.
De volta ao Brasil, bateu um papo com a equipe do GloboEsporte.com para contar um pouco sobre a carreira.
Ida para a Croácia e adaptação
Foi uma longa história. Minha categoria de base foi no Athletico Paranaense. Fiquei cinco anos lá e estava na seleção brasileira Sub-19. Disputamos um torneio no Japão, e a Croácia estava lá. Meu contrato com o Athletico estava acabando e joguei bem lá. Entraram em contato comigo para jogar lá e decidi ir.
Cheguei lá em novembro e passei muito frio. Tinha um brasileiro (Etto, lateral-direito) no time que me ajudou muito com a adaptação. Não foi difícil. Não passei muito perrengue. Foi só o frio mesmo. O idioma fui aprendendo com o tempo. Hoje, dá para dizer que foi tranquilo.
Naturalização e Copa do Mundo
Depois de três anos de clube, o presidente me chamou e disse que tinha um projeto para eu jogar pela seleção de lá. Aceitei e acho que não errei na escolha. Não foi muito difícil tomar essa decisão. Saí do Brasil já com o intuito de ficar muitos anos lá fora. A concorrência na seleção brasileira era muito grande. Estava num time pequeno para a Europa e resolvi aceitar. Surgiu uma campanha lá para isso. Não foi difícil.
Eu estava jogando muito bem na época e eu era o principal nome do time. Modric saiu e eu herdei a camisa 10. Estava muito bem e foi todo mundo a favor que eu me naturalizasse. Não teve resistência.
Não dá para explicar com palavras como foi jogar a Copa do Mundo. Ainda mais aqui no Brasil. A pessoa tem que viver para saber realmente o que eu senti naquele momento. A minha família também. É um momento que o jogador se sente valorizado e com o trabalho realizado. Fico muito feliz com o que aconteceu em 2014.
Parceria com Luka Modric
Joguei com Modric no Dinamo Zagreb por um ano e meio e quando ele saiu falou que eu era sucessor dele. Acabei pegando a número 10. Ele é um jogador diferente e aprendi muito com ele. A gente se fala pelo Instagram. Quando joguei em Madri (no Getafe), a gente se encontrava sempre para almoçar ou jantar. Ele é um cara quieto como eu. A diferença é que é o melhor o mundo e eu não sou (risos).
Ele deu uma entrevista quando saiu do Dinamo e falou que os torcedores poderiam ficar tranquilos, que já tinha chegado o sucessor dele e no caso era eu. Herdei a camisa 10. Foi uma pressão porque com a camisa 10 do Dinamo jogaram caras como Prosinecki, Boban e o próprio Luka. São jogadores que tiveram uma carreira internacional e a responsabilidade ficou grande por isso.
2018 como torcedor
Torci muito. Ficou aquele gostinho de querer estar lá com os jogadores ajudando, mas não deu. Na final fui convidado pela Federação e fui lá assistir. Acho que se eu continuasse na Europa poderia estar lá, mas decidi ir para a China e falaram que ficaria muito longe para me acompanhar. Mas decidi abrir mão da seleção. Foi uma decisão financeira mesmo. Se eu continuasse, com certeza estaria entre os 23 convocados.
Futuro
Pretendo ficar aqui agora. No momento estou no Sport e não penso em outro time. Quero ajudar o Sport a subir para a Série A. Ainda não decidi sobre meu futuro quando parar de jogar. Tenho residência na Croácia e não sei se fico aqui ou lá. Tenho mais dois ou três anos para jogar e depois vou decidir onde vou morar.
Informações do G1
Franklin Deluzio é graduado em Filosofia (UESC), possui graduação incompleta em Física pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), como também graduação incompleta em Licenciatura Interdisciplinar pela (UFSB), é Especialista em Gestão Pública Municipal (UESC), Conselheiro de Saúde, Fiscal do Sistema E-TCM, Design Digital Júnior, Design Editorial Júnior, Servidor Municipal de Ilhéus/BA e estrategista em Geomarketing Eleitoral.
Áreas de interesse: Gestão e Desenvolvimento Urbano, Políticas Públicas, Plano Diretor, Administração de Recursos, Gestão Logística, Filosofia da Educação, Existencialismo, Ética e Discurso, Filosofia da Ciência, Meteorologia, Poder, Verdade e Sociedade em Foucault, Filosofia Jurídica e autores como Heidegger, Bauman, Habermas, Foucault, Derrida, Deleuze, Sofistas, Nietzsche, Sartre, Hannah Arendt, Freud, Carlos Roberto Gonçalves e Giovanni Reale.