O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação para entender melhor o convênio entre a União dos Municípios da Bahia (UPB) e o Governo do Estado para implantar os métodos educacionais dos Colégios da Polícia Militar (CPM) em escolas municipais no interior baiano. O convênio prevê a contratação de militares reformados, sem concurso público, para desempenhar funções nas escolas.
Segundo o MPF, o inquérito civil foi instaurado no dia 10 de setembro pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) para obter mais informações sobre a citada política pública e avaliar seu embasamento técnico, a forma de implantação e suas possíveis consequências.
Clique aqui para fazer parte do novo CANAL do Ilhéus.Net no WhatsApp.
Clique aqui para fazer parte do GRUPO do Ilhéus.Net no WhatsApp.
No dia 10 de maio, a UPB divulgou em seu site que o termo de acordo de cooperação técnica para a cessão da metodologia educacional do CPM aos municípios havia sido assinado e justificou que a parceria foi firmada porque os colégios militares tiveram desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) superior aos demais colégios públicos.
Contudo, para o procurador regional dos Direitos do Cidadão na Bahia, Gabriel Pimenta Alves, o desempenho escolar dos alunos está relacionado a diversos fatores. Ele afirma que estudos recentes do IBGE indicam que o principal desses fatores nas redes públicas brasileiras é o grau de instrução das mães dos alunos.
O procurador acredita que existem variáveis muito complexas sobre o assunto e não conhece nenhum estudo que confirme se, de fato, a melhor colocação dos colégios da PM no Ideb é decorrente da metodologia e filosofia das unidades escolares.
Para ele, é necessário analisar fatores socioeconômicos e até a estrutura oferecida que os colégios oferecem aos alunos.
“A desejada melhora do ensino público deve ser buscada com apoio em estudos e projetos pedagógicos, e com observância da Constituição Federal, a qual, no artigo 206, estabelece que o ensino será ministrado com base na liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (Inciso II), no pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas (Inciso III) e na gestão democrática do ensino público (Inciso VI)”, lista o procurador.
Em nota, a UPB afirmou que foi procurada por prefeitos que têm interesse em projetos que repercutem a favor da diminuição da violência e do assédio das drogas. O órgão ainda afirma que “cumpre sua função institucional de aproximar o diálogo dos municípios com os Colégios Militares da Bahia, sem se imiscuir em aspectos técnicos e pedagógicos, próprios do âmbito educacional que deverão ser tratadas entre cada secretaria municipal de Educação e a PM Bahia”.
A reportagem do CORREIO entrou em contato com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia. A pasta afirmou que esse posicionamento cabe à Polícia Militar. A equipe também procurou a Secretaria de Segurança Pública e esta informou que não vai se manifestar sobre o assunto.

Franklin Deluzio é graduado em Filosofia (UESC), possui graduação incompleta em Física pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), como também graduação incompleta em Licenciatura Interdisciplinar pela (UFSB), é Especialista em Gestão Pública Municipal (UESC), Conselheiro de Saúde, Fiscal do Sistema E-TCM, Design Digital Júnior, Design Editorial Júnior, Servidor Municipal de Ilhéus/BA e estrategista em Geomarketing Eleitoral. DRT n. 0007376/BA.
Áreas de interesse: Gestão e Desenvolvimento Urbano, Políticas Públicas, Plano Diretor, Administração de Recursos, Gestão Logística, Filosofia da Educação, Existencialismo, Ética e Discurso, Filosofia da Ciência, Meteorologia, Poder, Verdade e Sociedade em Foucault, Filosofia Jurídica e autores como Heidegger, Bauman, Habermas, Foucault, Derrida, Deleuze, Sofistas, Nietzsche, Sartre, Hannah Arendt, Freud, Carlos Roberto Gonçalves e Giovanni Reale.