As pesquisas vão consolidando um embate entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad no segundo turno das eleições presidenciais.

Mais até do que isso, essa disputa vai sendo antecipada para o primeiro turno, embora as evidências apontem que ele se estenderá para após o dia 7 de outubro.

Inegavelmente, Bolsonaro está caracterizado como o mais antipetista – papel que já foi do PSDB – entre todos os postulantes à presidência da República, representando uma fatia considerável do eleitorado.

Entretanto, ressalto, Haddad incorpora, mais do que qualquer outro candidato, o perfil do anti-Bolsonaro.

Será – e já está sendo – o enfrentamento de dois caminhos civilizatórios distintos, conflitantes para o Brasil, por tudo que ambos já manifestaram e defenderam publicamente.

Haddad foi prefeito de São Paulo e nesta condição contrariou o senso comum: tentou – e até conseguiu – desacelerar a maior cidade brasileira e investiu na ocupação, pela população, dos espaços públicos.

É o que se pode chamar de candidato progressista – e humanista -, muito mais até do que o representante das esquerdas na disputa.

(Ciro e Marina também têm perfil ideológico semelhante, considerando o espectro partidário brasileiro. A esquerda é Boulos.)

Bolsonaro já deixou claras as suas posições de combate à violência no Brasil, do que pensa da chamada “diversidade” e de temas contemporâneos – digamos assim.

Representa exatamente o que a extrema-direita brasileira já defendia há um bom tempo, sem que houvesse um porta-voz com tamanha envergadura eleitoral.

Um teve formação no mundo acadêmico e político; o outro, nos quartéis e na atividade política.

Nunca, desde que o Brasil conquistou o direito de votar para presidente, tivemos dois candidatos tão distintos e antagônicos, sem possibilidade de interseção, principalmente depois da sequência de embates entre PSDB x PT.

Editorial do Ricardo Mota – TNH

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