Quem frequentou a Praia dos Milionários, no litoral sul da cidade de Ilhéus, na Bahia, entre o final dos anos 1970 e início da década de 1990, provavelmente se deparou com uma barraca de ferro, coberta por uma lona listrada repleta de brincos de penas, anéis de madeira e pulseiras de miçanga feitas artesanalmente e com muito carinho por João José Azevedo, hoje com 56 anos, dono do empreendimento ArtCoco Joias e Semijoias.
Embora 15 anos da trajetória do empresário do setor de joias e semijoias tenha acontecido no município de Ilhéus, a história de Coco, como é conhecido, começou em outro lugar, mais precisamente na cidade baiana de Rio do Pires. Filho de costureira e pai agricultor, Azevedo ajudou no sustento da família desde cedo, ao lado dos irmãos, trabalhando em uma plantação de arroz de outra família.
Mas o tempo de trabalho na roça não durou muito. Ainda na adolescência, Coco descobriu o seu dom – como ele mesmo chama – de produzir bijuterias artesanais . “Ensaiei as primeiras peças de artesanato com os bambus que tinham na roça, onde eu morava com a minha família. Depois, tive acesso a um brinco do mesmo material que veio de São Paulo, e notei que a bijuteria era a moda do momento”, relembra o empresário.
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Pronto. Bastou um simples olhar para que Coco começasse a produzir as próprias peças e iniciasse a sua trajetória nos negócios. Na época, com 16 anos, o artesão conta que vendia suas mercadorias durante o dia, enquanto caminhava pelo sertão da Bahia, para que à noite pudesse produzir mais bijuterias para a manhã e tarde seguinte.
Assim que percebeu o crescente interesse das pessoas pelas suas peças, o artesão intensificou as produções e decidiu que, dali em diante, seria essa a sua real fonte de renda. Ele apostou. Então, Coco se mudou para Ilhéus, a famosa cidade turística da Bahia.
A mudança de cidade aconteceu no ano de 1978, e o ponto de venda do empresário funcionou até 1992, quando abriu um quiosque em um mercado de artesanato local. O ‘salto’ veio por meio de um programa da prefeitura da cidade que ajudava os comerciantes locais. Coco e os outros vendedores participantes do projeto só precisavam arcar com os custos de água e luz, enquanto que o município ficava responsável pela locação do espaço.
Com o novo ponto de venda – que inclusive, funciona até hoje – as mercadorias ganharam um brilho a mais com a exposição mais elaborada, atraindo ainda mais olhares das pessoas para a ArtCoco. Com a reputação crescendo, o empreendedor, assumidamente hippie , ficou popular em Ilhéus e passou a ser solicitado pelas mães da cidade para fazer furos de brincos nas orelhas de bebês.
“Virou tradição. Assim que nasce um novo bebê, a família o leva para furar as orelhas. Até hoje tenho clientes que furaram suas orelhas comigo e vêm até minha loja para que eu faça o mesmo com seus bebês”, lembra o empresário, que estima que 70% das mulheres no município baiano furaram a orelha na ArtCoco.
Segunda loja da ArtCoco
Após 10 anos na cidade turística, o empresário percebeu que era hora de expandir seus negócios. E o próximo local escolhido foi a cidade de Vitória da Conquista, também na Bahia, onde abriu sua segunda loja.
Mas, como o capital disponível na época não era o suficiente, Azevedo precisou da ajuda de fornecedores para dar passo seguinte. Como João Leno, filho do empresário e um dos sócios da franqueadora relembra, a parceria nos negócios foi essencial para que a nova ideia desse certo.
“Meu pai pagava pelos produtos só depois que eles eram vendidos. E isso só foi possível porque os fornecedores já o conheciam e sabiam do seu potencial como vendedor, além de, claro, ser um bom pagador”, comenta.
E com a boa reputação na praça, João José, ou o “Hippie chique”, como era conhecido entre os amigos, fez jus ao apelido carinhoso e abriu mais uma unidade própria.
Há dois anos, alguns dos familiares do empresário demonstraram interesse em investir no negócio e Azevedo viu uma oportunidade de ingressar no segmento de franquia, que hoje conta com nove pontos franqueados. Todos no estado da Bahia.
Aliás, foi a família do empresário o principal motivador para Coco nos negócios. “Desde o início, ofereci suporte para que meus parentes crescessem comigo. Assim, fui trazendo pouco a pouco os familiares para trabalhar até que tivessem autonomia para ter suas próprias lojas da Artcoco”, explica.
Jóias e semijoias da marca
Diante da expansão, o empresário percebeu que, para continuar crescendo ainda mais e ‘dar conta’ da alta da demanda, era necessário ultrapassar uma barreira: investir em peças além das artesanais produzidas internamente. E, depois da abertura de algumas unidades já franqueadas, Coco decidiu terceirizar parte da fabricação e trabalhar com semijoias.
Ainda assim, a ArtCoco Jóias e Semijoias é responsável por 50% do processo de produção das três mil peças vendidas, realizando, por exemplo, os banhos de ouro e ródio dos itens.
Fonte: IG
Franklin Deluzio é graduado em Filosofia (UESC), possui graduação incompleta em Física pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), como também graduação incompleta em Licenciatura Interdisciplinar pela (UFSB), é Especialista em Gestão Pública Municipal (UESC), Conselheiro de Saúde, Fiscal do Sistema E-TCM, Design Digital Júnior, Design Editorial Júnior, Servidor Municipal de Ilhéus/BA e estrategista em Geomarketing Eleitoral. DRT n. 0007376/BA.
Áreas de interesse: Gestão e Desenvolvimento Urbano, Políticas Públicas, Plano Diretor, Administração de Recursos, Gestão Logística, Filosofia da Educação, Existencialismo, Ética e Discurso, Filosofia da Ciência, Meteorologia, Poder, Verdade e Sociedade em Foucault, Filosofia Jurídica e autores como Heidegger, Bauman, Habermas, Foucault, Derrida, Deleuze, Sofistas, Nietzsche, Sartre, Hannah Arendt, Freud, Carlos Roberto Gonçalves e Giovanni Reale.