A crise econômica, que teve início em 2014 e causou forte recessão no país, fez com que o nível socioeconômico das cidades brasileiras retrocedesse três anos. É o que aponta o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), criado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) para acompanhar a evolução dos municípios brasileiros nas áreas de Emprego e Renda, Saúde e Educação, com base em dados oficiais de 2016, últimos disponíveis. Na Bahia, a crise afetou principalmente o mercado de trabalho: 386 cidades (94,6%) apresentaram desenvolvimento regular ou baixo no indicador Emprego e Renda. Nenhuma atingiu o melhor patamar de desempenho e apenas 22 municípios baianos (5,4%) atingiram a classificação de desempenho moderado nesse indicador.

No ranking geral, no entanto, o IFDM da Bahia apontou sinais de melhora: 95 cidades (23,3%) atingiram grau de desenvolvimento moderado, o melhor resultado do estado desde o lançamento da pesquisa, em 2008, sendo que apenas três municípios (0,7%) ficaram com baixo grau de desenvolvimento. Ainda assim, a grande maioria do estado apresenta desempenho regular: é o caso de 310 cidades baianas (76%), sendo que nenhuma atingiu o alto grau de desenvolvimento.

O índice monitora todas as cidades brasileiras e a avaliação varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o seu desenvolvimento. Cada uma delas é classificada em uma das quatro categorias do estudo: baixo desenvolvimento (de 0 a 0,4 ponto), desenvolvimento regular (0,4 a 0,6), desenvolvimento moderado (de 0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a 1). São acompanhadas as áreas de Emprego e Renda, Saúde e Educação e avaliadas conquistas e desafios socioeconômicos de competência municipal: manutenção de ambiente de negócios propício à geração local de emprego e renda, Educação Infantil e Fundamental, e atenção básica em saúde. O IFDM avaliou 5.471 cidades. As novas, para as quais ainda não há dados, e aquelas com ausência, insuficiência ou inconsistência de informações, não foram analisadas. Na Bahia o IFDM avaliou 408 dos 417 municípios baianos.

A área de Saúde da Bahia também refletiu a crise econômica. Quase a metade das cidades baianas alcançou um resultado inferior a 0,6 ponto no indicador que considera questões como número de consultas pré-natal, mortalidade por causas mal definidas ou mortalidade infantil por doenças evitáveis: 174 municípios baianos (41,7%) apresentaram desempenho regular e 42 (10,1%), baixo grau de desenvolvimento. Apenas 20 cidades (4,8%) atingiram a excelência na atenção básica de saúde. É o caso de Luís Eduardo Magalhães e Lauro Freitas, primeiro e segundo lugar, respectivamente, no ranking geral da Bahia, cidades que também atingiram o melhor desempenho do estado no indicador Emprego e Renda. Completam a lista dos dez melhores resultados do estado: Mata de São João; Brumado; Jaborandi; Salvador; Santo Antonio de Jesus; Guanambi; Barreiras e Porto Seguro, que ocupam, nessa ordem, do 3° ao 10° lugar. A capital Salvador apresentou um pequeno crescimento em relação ao resultado da pesquisa de 2015, com avanço de 0,4%, o que revelou capacidade de estabilidade considerando a grave crise econômica.

O indicador de Educação apresentou o melhor desempenho das cidades baianas se comparado aos resultados de Saúde e Emprego e Renda. Embora nenhum município tenha baixo grau de desenvolvimento em Educação, o estado ainda está abaixo da média nacional. Em comparação com o resultado de 2015, 52,5% dos municípios avançaram especialmente pelo maior percentual de professores com nível superior. Por outro lado, 47,5% dos municípios do estado recuaram, principalmente em razão do aumento da taxa de abandono escolar.

Todos os dez piores desempenhos da Bahia também aparecem na lista dos 100 menores IFDMs do Brasil. É o caso Aiquara; Boninal; Planaltino; Paratinga; Itapicuru; Itamari; Ibirapitanga, além das únicas cidades baianas que apresentam baixo grau de desenvolvimento: Ribeirão do Largo, Piritiba e Nova Canaã, em pior situação no estado. Em comparação com 2015, a cidade de Planaltino foi a que apresentou maior recuo, da ordem de 12,6%, movimento puxado pela queda no indicador Emprego e Renda, nos informou o FIRJAN.

 

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