Em 2016, o tamanho do setor empresarial da construção civil na Bahia encolheu pela primeira vez depois de nove anos consecutivos de crescimento, desde 2007. Das 3.009 empresas da construção com 5 ou mais pessoas ocupadas atuantes no estado em 2015, 399 encerraram suas atividades na passagem para 2016 (-13,3%), e o total daquelas que continuaram ativas recuou para 2.610.
Com esse saldo negativo, a Bahia teve uma discreta perda de participação no total de empresas da construção civil no país com 5 ou mais pessoas ocupadas. Em 2015, 4,7% delas atuavam no estado; em 2016 essa proporção foi a 4,5%. Ainda assim, a Bahia se manteve com a sétima maior participação no total de empresas de construção do país e com a maior participação do Norte/Nordeste.
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No Brasil, o setor empresarial da construção civil teve, em 2016, o segundo ano consecutivo de redução no número de empresas, embora a queda tenha sido proporcionalmente menor que a registrada na Bahia. Em 2015, estavam ativas no país 64.368 empresas da construção civil com 5 ou mais pessoas ocupadas; um ano depois, esse número passou a 58.486 – menos 5.882 empresas, um recuo de 9,1%.
Entre 2015 e 2016, o setor da construção encolheu em todos os estados brasileiros, com destaque para as reduções, em termos percentuais, no Pará (-29,7%), Espírito Santo (-25,4%) e Acre (-24,3%).
Número de trabalhadores na construção baiana cai pelo 3º ano consecutivo e chega a 102,4 mil pessoas em 2016, menor contingente desde 2008; salário médio aumenta 1,5%
O encerramento das atividades das empresas de construção atuantes na Bahia em 2016 contribuiu fortemente para a continuidade das reduções no pessoal ocupado no setor; no total de salários, retiradas e outras remunerações pagas; e no valor das incorporações, obras e/ou serviços no estado.
O total de trabalhadores nas empresas de construção com 5 ou mais pessoas ocupadas caiu pelo terceiro ano consecutivo, passando de 119.033 em 2015 para 102.436 em 2016. Isso representou menos 16.597 pessoas ocupadas no setor (-13,9%) em um ano.
O pessoal ocupado na construção civil na Bahia cai anualmente desde 2014 e já acumula, nesse período, um saldo negativo de 80,8 mil trabalhadores. Em 2016, esse contingente atingiu seu mais baixo patamar desde 2008, quando 101.280 pessoas trabalhavam na construção civil no estado.
O movimento de queda da ocupação na construção civil baiana acompanhou a média nacional. No Brasil, em 2016, 1.829.144 pessoas trabalhavam nas empresas do setor, frente a 2.261.493 em 2015, o que representou menos 432.349 trabalhadores em um ano (-19,1%).
De 2015 para 2016, na Bahia, o total de salários, retiradas e outras remunerações pagas pelas empresas de construção com 5 ou mais pessoas ocupadas passou de R$ 3,6 bilhões para R$ 3,1 bilhões, em termos reais, ou seja, descontados os efeitos da inflação: uma queda de 12,6%. Apesar de ter sido o segundo recuo anual seguido, foi a terceira menor redução, em termos percentuais, dentre os estados, maior apenas que as de Alagoas (-10,6%) e Rio Grande do Sul (-5,0%).
Assim, em 2016, o salário médio nas empresas de constrição civil com 5 ou mais pessoas ocupadas, na Bahia, era de R$ 2.364,45, um pouco acima da média nacional (R$ 2.313,08) e o sexto maior rendimento médio entre os estados. Apesar do encolhimento do setor da construção no estado, o salário médio teve um leve aumento real (+1,5%) em relação a 2015, quando era de R$ 2.329,22, o décimo mais alto do país.
Já o valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção na Bahia passou de R$ 15,9 bilhões em 2015 para R$ 14,5 bilhões em 2016, já descontada a inflação: uma queda de 9,0% – a quarta menor entre os estados.
Como as quedas na Bahia foram menos intensas que as verificadas no país como um todo, o estado teve pequenos ganhos de participação nacional nesses dois importantes indicadores do setor empresarial da construção, entre 2015 e 2016. Passou de 5,0% para 5,7% do total de rendimentos pagos e de 4,5% para 5,0% no valor das obras e serviços.
Frente a 2007, resultados da construção civil na Bahia ainda são positivos, mas estado teve perdas de participação no Brasil e no Nordeste
Apesar dos recentes resultados negativos do setor empresarial da construção civil, quando se faz uma comparação com 2007, o saldo ainda é positivo para a atividade na Bahia.
Entre 2007 e 2016, o número de empresas de construção atuando no estado cresceu 87,4%, passando de 1.393 para 2.610 (mais 1.217 empresas), enquanto o número de pessoas ocupadas no setor aumentou 9,9%, de 93.233 para 102.436 (mais 9.203 trabalhadores). Também houve aumentos reais no total de salários e remunerações pagas (de R$ 1,9 bilhão em 2007 para R$ 3,1 bilhões em 2016 ou +61,4%) e no valor das obras e serviços da construção (de R$ 12,1 bilhões para R$ 14,5 bilhões ou +20,1%).
Ainda assim, não houve, nesses nove anos, ganho efetivo de participação da Bahia na construção civil do país, enquanto no Nordeste o estado perdeu importância nos principais indicadores da estrutura do setor. Na região, quem mais teve ganhos de participação no setor de construção foi o Ceará, seguido pela Paraíba, em escala menor, e, de forma bem mais discreta, pelo Piauí.
Nordeste tem maior ganho de participação no valor das obras e serviços da construção, entre 2007 e 2016
Entre 2007 e 2016, dentre as grandes regiões brasileiras, o Sudeste perdeu participação no setor da construção civil, mas permaneceu como o principal representante em relação ao número de pessoas ocupadas e ao valor das incorporações, obras e/ou serviços.
Em 2007, um pouco mais da metade das pessoas ocupadas nas empresas de construção (52,4%) estavam no Sudeste, percentual que recuou para 48,0%, em 2016. A região detinha 56,2% do valor nacional das incorporações, obras e/ou serviços da construção, passando para 51,1% em 2016.
A região Sul foi a que mais ganhou representatividade, de 2007 para 2016, no pessoal ocupado, passando de 13,1% para 16,4% do total. Já o Nordeste foi quem mais ganhou participação no valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção, de 15,7% para 19,2%.
Informações cedidas pelo IBGE e resultados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) 2016

Franklin Deluzio é graduado em Filosofia (UESC), possui graduação incompleta em Física pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), como também graduação incompleta em Licenciatura Interdisciplinar pela (UFSB), é Especialista em Gestão Pública Municipal (UESC), Conselheiro de Saúde, Fiscal do Sistema E-TCM, Design Digital Júnior, Design Editorial Júnior, Servidor Municipal de Ilhéus/BA e estrategista em Geomarketing Eleitoral. DRT n. 0007376/BA.
Áreas de interesse: Gestão e Desenvolvimento Urbano, Políticas Públicas, Plano Diretor, Administração de Recursos, Gestão Logística, Filosofia da Educação, Existencialismo, Ética e Discurso, Filosofia da Ciência, Meteorologia, Poder, Verdade e Sociedade em Foucault, Filosofia Jurídica e autores como Heidegger, Bauman, Habermas, Foucault, Derrida, Deleuze, Sofistas, Nietzsche, Sartre, Hannah Arendt, Freud, Carlos Roberto Gonçalves e Giovanni Reale.