Em novembro de 2010 a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) lançou a proposta da Rede GigaSul, uma infraestrutura de banda larga baseada em fibra ótica para prover a região Sul da Bahia (iniciando pela microrregião Costa do Cacau) de comunicação eficiente entre suas instituições de ensino superior, pesquisa e inovação, demais serviços públicos (em particular saúde, educação básica e segurança) e prefeituras. Aderiram imediatamente à proposta as prefeituras de Ilhéus, Itabuna e Uruçuca, a Associação dos Municípios da Região Cacaueira (AMURC), a CEPLAC, o CEPEDI, os Institutos Federais (IFBA e IFBaiano) e a Santa Casa de Misericórdia. Outras parcerias vieram com o tempo, em particular a recém-criada Universidade Federal do Sul da Bahia e o Sindicato das Empresas do Pólo de Informática de Ilhéus.
O custo total desta infraestrutura com trajeto de 130 km foi estimado em 5 milhões de Reais ( fibra + equipamentos), destacando que apenas a UESC é obrigada a investir aproximadamente 700 mil Reais por ano para o transporte do sinal de internet de Salvador, a uma velocidade abaixo de sua necessidade. Ficaria barato e traria inúmeras vantagens à região.
Clique aqui para fazer parte do novo CANAL do Ilhéus.Net no WhatsApp.
Clique aqui para fazer parte do GRUPO do Ilhéus.Net no WhatsApp.
Ao longo destes últimos oito anos houve várias tentativas de obter investimentos para este projeto, que ajudou Itabuna e Uruçuca a serem agraciados com investimentos federais no Programa Cidades Digitais (em 2012). Em 2015 houve sinalização positiva da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), que não se confirmou, mas ajudou a acelerar a criação do Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia (PCTSB), envolvendo a quase totalidade das instituições parceiras do GigaSul e várias outras.
A criação da UFSB, que usa intensamente a internet para suas atividades nos três campi (Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas) e nas diversas cidades que abrigam sua rede de Colégios Universitários, acabou por cristalizar o desenho da Fase 2 da Rede, com extensão total de 1.300km, sendo 400 km ao longo da BR 101.
Na última semana (no dia 23/05), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), ligada ao Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) responsável pela criação de diversas redes metropolitanas nas capitais e outros polos de desenvolvimento no país, anunciou em reunião com representantes de instituições parceiras do GigaSul o investimento em uma parte do seu traçado, unindo UFSB, Itabuna, CEPLAC, UESC e IFBA a 1GBit/s, o que deve ocorrer num prazo máximo de um ano. O anúncio renova os ânimos das instituições, que voltam a sonhar com diversos projetos e serviços à comunidade da região e com a melhoria das condições de execução de suas funções de ensino, pesquisa e inovação para o desenvolvimento do Sul do Estado.
Há também a esperança de que o governo estadual oficialize a adesão do Estado da Bahia ao acordo entre RNP e a CHESF, o que daria acesso aos órgãos do Estado da Bahia e demais instituições servidas pela RNP a uma estrutura central (backbone) superior a 1.100km, chegando a Barreiras – a oeste -, Juazeiro – ao norte-, e a Teixeira de Freitas – ao sul -, viabilizando as Fase 2 do GigaSul (complementado por meio de parcerias com provedores locais) não a 1, mas a 100GBit/s. O investimento total do Estado neste acordo seria da ordem de 24 milhões de reais (20 vezes menos do que custaria a criação de rede própria com esta mesma abrangência), ao longo de três anos, valor que pode ser compensado pela diminuição de custos da própria administração estadual neste período e que trarão imensas vantagens à população e à competitividade da Bahia.
Além da pesquisa científica e tecnológica, esta rede poderá oferecer conexão de qualidade para as escolas, uma melhor interligação dos serviços de saúde, a viabilização de vigilância eletrônica para a segurança pública, e, melhor ainda, maior cooperação e sinergia entre todos estes serviços. Também poderão ser viabilizadas parcerias com a iniciativa privada, favorecendo o empreendedorismo em áreas estratégicas portadoras de futuro.
Se todos fizermos nossa parte, este projeto pode representar uma pequena revolução para nossa gente.
Minha única dúvida é quanto à palavra “pequena”.
*É professor titular A do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas (DCET) da Universidade Estadual de Santa Cruz
Informações do Correio da Bahia
Franklin Deluzio é graduado em Filosofia (UESC), possui graduação incompleta em Física pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), como também graduação incompleta em Licenciatura Interdisciplinar pela (UFSB), é Especialista em Gestão Pública Municipal (UESC), Conselheiro de Saúde, Fiscal do Sistema E-TCM, Design Digital Júnior, Design Editorial Júnior, Servidor Municipal de Ilhéus/BA e estrategista em Geomarketing Eleitoral. DRT n. 0007376/BA.
Áreas de interesse: Gestão e Desenvolvimento Urbano, Políticas Públicas, Plano Diretor, Administração de Recursos, Gestão Logística, Filosofia da Educação, Existencialismo, Ética e Discurso, Filosofia da Ciência, Meteorologia, Poder, Verdade e Sociedade em Foucault, Filosofia Jurídica e autores como Heidegger, Bauman, Habermas, Foucault, Derrida, Deleuze, Sofistas, Nietzsche, Sartre, Hannah Arendt, Freud, Carlos Roberto Gonçalves e Giovanni Reale.