12 de dezembro de 2024

(Foto: Almiro Neto/CORREIO)

Eles são curiosos e adoram inventar novos objetos. Amam tanto tecnologia que chegam a passar mais de oito horas por dia dentro de um laboratório. Alguns gostam de ser chamados nerds. Já outros preferem o título de “inovador”. Parece até coisa de cientista, não é? Mas são os 300 participantes do Torneio de Robótica First® Lego® League (FLL). Com idade entre 11 e 16 anos, estudantes da rede pública e do Sesi transformaram o pátio da Escola Reitor Miguel Calmon, na unidade do Sesi do bairro do Retiro, em Salvador, em um verdadeiro centro de invenções, na tarde desta sexta-feira (23).

Os competidores tiveram uma missão especial nesta edição do evento. É que as 50 equipes que participaram do torneio precisaram cumprir missões técnicas com robôs feitos de legos. Além disso, os estudantes precisaram construir projetos de pesquisa relacionados ao uso e reaproveitamento da água.

A estudante Juliana Carla, 15 anos, veio de longe para participar do torneio. Aluna da Escola Sesi Adonias Filho, em Ilhéus, ela é uma das inventoras do ContaminÁgua, um recipiente desenvolvido para filtrar água contaminada. A ideia criada pela adolescente e por amigos de escola utiliza um composto à base do corante resazurina para indicar a presença ou ausência de bactérias na água.

Autobalde
Um dos inventores do Aquabot, o estudante Aladson Andrade, 15, também apostou em uma tecnologia para solucionar aquíferos contaminados. O estudante do Instituto Federal da Bahia (Ifba), em Salvador, fez parte de uma equipe Autobot. Junto com o professor Justino de Araújo, os adolescentes criaram um jogo de tabuleiro para uso consciente de aquíferos na primeira etapa do projeto. Na segunda, os inventores criaram um “autobalde” , que utiliza um sistema para analisar a qualidade da água do balde.

“Pegamos o tema e desenvolvemos o projeto. Achamos que a tecnologia pode ajudar muito no futuro”, diz orgulhoso. Sem se contentar com o projeto, os estudantes foram além: eles criaram ainda um aplicativo para alertar os moradores da cidade sobre a qualidade da água. “A gente quer utilizar esse projeto para ajudar as comunidades ribeirinhas de lá de Ilhéus. Nós vamos até apresentar esse projeto na Câmara de Vereadores de lá”, conta Juliana.

Dá trabalho ser jovem inventor. Para pôr o projeto em prática, tem que estudar, ir pro laboratório e, além disso, testar várias vezes a invenção. A jovem Ana Beatriz até brinca, dizendo que passou os últimos meses morando do laboratório. “Passava muitas horas do dia lá. A gente trabalhou bastante pra esse projeto sair”, contou. A estudante pode até reclamar, mas parece que a rotina de laboratórios vai fazer parte da vida. É que ela quer continuar trabalhando com tecnologia. “Ainda não escolhi a engenharia, mas vai ser alguma que envolva tecnologia para ajudar as pessoas”, comenta.

Sobre o evento
O FLL acaba neste sábado, às 18 horas, quando serão conhecidas as equipes finalistas. Além das seis premiações para a etapa nacional, o torneio também vai distribuir outros 13 prêmios, incluindo os de design de robôs e de desempenho das equipes. O evento é gratuito, informou o Correio.

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