Lagoa Encantada – Ilhéus

Verão, fim de ano e férias. O trio parece bem convidativo para quem gosta de viajar. Nesse período, o setor de turismo comemora o aumento da procura por pacotes de viagem. Dos destinos procurados pelos norte-mineiros, as praias nordestinas lideram o ranking. É o que constata o empresário Carlos Corrêa, dono de uma agência que atua há quase trinta anos em Montes Claros. De acordo com ele, o litoral baiano e cearense representam 70% dos pacotes solicitados.

“Isso acontece em função da proximidade. A Bahia é um estado vizinho e, tradicionalmente, o montes-clarense gosta de viajar para lá. Além disso, o setor de turismo tem investido na divulgação das praias do Ceará. Mostrando alternativas diferentes, com atrativos que fogem daqueles lugares já bem conhecidos”, afirma. Ainda de acordo com o empresário, os outros 30% dizem respeito às cidades históricas, montanhosas, roteiros ecológicos, ao pantanal e à Serra Gaúcha.

Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo no mês de setembro indicam que quase 80% dos brasileiros que pretendem viajar neste período de férias e fim de ano tem como preferência destinos nacionais. O Marcos Antônio Silva, gerente de uma franquia de passagens aéreas, que atua há nove anos na cidade, tem percebido a essa crescente, principalmente no Nordeste. Ele aponta um crescimento de quase 100% a partir da metade de dezembro, isso comparado ao início do mês; e 11% comparado ao mesmo prendo do ano passado.

“Toda a região norte-mineira tem tido interesse em ir para lugares como a Praia do Forte, Porto Seguro e em Ilhéus. Isso se dá principalmente pela proximidade e valor acessível das passagens. O Ceará e Bahia corresponde aos pacotes mais vendidos. Os dois estados juntos representam 62% da procura. Isso contribui para o crescimento do volume nacional”, diz.

Seguindo essa tendência, a Maria Alves, gerente de uma loja em Montes Claros, pretende visitar as praias de Natal pela primeira vez neste fim de ano. Ela conta que sempre teve vontade de apreciar as belezas naturais da terra potiguar e que as praias são bem convidativas e variadas. “Após pesquisas na internet percebi que as praias são muito bonitas com várias opções de passeio. Outra questão é que quero associar um roteiro mais badalado à tranquilidade. Por isso incluí a Praia de Pipa, que tem menos fluxo de pessoas”, diz.

Para o economista Aloisio Vieira, a reação do setor contribui para a melhoria do quadro econômico do país. De acordo com ele, o segmento influencia vários campos. “O turismo é uma grande fonte geradora de emprego. Ele é responsável por impulsionar a economia nacional. Diferente de outros consumidores, o turista é um consumidor nato. É o que chamamos de efeito cadeia, pois ele utiliza vários produtos e serviços e injeta dinheiro em diversos setores como o de alimentação, vestuário e hotelaria, por exemplo. ”, diz.

Porém, uma questão pontuada pelo consultor é que, muitas vezes, os preços das viagens nacionais saem mais baratas para os estrangeiros que para quem vive no Brasil. A situação é influenciada pelo peso das moedas internacionais em detrimento do real.

“Isso diz respeito à variação de câmbio. A diferença de valor das moedas. Nisso, ocorre a desvalorização cambial brasileira em relação ao dólar, por exemplo. Nesse caso, três dólares equivalem a apenas um real. Sendo assim, vale menos que a moeda estrangeira. O mesmo pode acontecer com o euro”, explica.

Uma das observações feitas pelo empresário Carlos Corrêa está na reação do setor, após um 2016 de queda. Mas, de acordo com ele, os sinais de crescimento ainda são modestos. Um dos motivos apontados é a instabilidade econômica do país. “O setor apresentou leve aumento no segundo semestre de 2017, mas está muito aquém dos anos de 2014 e 2015, que o turismo registrou crescimento anual de 20%. Ainda estamos em processo de recuperação”, comenta.

Carlos ainda apresenta um ponto negativo que faz as taxas ficarem mais altas. De acordo com ele, tem vários turistas que procuram os serviços muito próximo da data de embarque. “O segredo é programar a viagem, com antecedência e fazer a reserva. Pois em períodos de alta temporada, como o fim de ano e férias, a tendência é a elevação do preço. O ideal é comprar uns quatro meses antes. Um pacote comprado em agosto, por exemplo, sai mais em conta que comprar em dezembro. Além disso, pode ser que não encontre mais vagas de hospedagem. Nesse quesito, os estrangeiros levam vantagem. Pois compram passagens antecipadas”, pontua.

Informações do G1/MG e Inter TV

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