Foto: Divulgação

A diáspora africana não só levou gente para os quatro cantos do mundo, como também música. É o que defende o álbum “Nego Roque”, primeiro registro em cinco anos da banda de rap baiana OQuadro, que discute que o rock também é coisa de preto. “A gente quer tomar o estilo de volta”, destacou o vocalista Nego Freeza ao Bahia Notícias. OQuadro se apresenta em uma série de quatro shows neste fim de semana com participações especiais do músico Letieres Leite no sábado (18), e do grupo Àttooxxá no domingo (19), na Caixa Cultural (veja detalhes aqui). Se no primeiro e último disco, o grupo de Ilhéus queria explorar o que era capaz dentro do rap, no segundo trabalho não faltam influências e diálogos com uma musicalidade mais contemporânea. “Estabelecemos um diálogo com ritmos que estão com mais evidência na mídia como o trap, o zouk e new afrobeat”, contou Freeza. As novas músicas do álbum contam com participações de Emicida, BNegão, Raoni Knalha, Pedro Itan e DJ Gug e a rapper espanhola Indee Styla na faixa “Luz”.

“Nego Roque” foi produzido por Rafa Dias, do Àttooxxá. “O nosso rap é algo bem peculiar, neste álbum o que fizemos foi trazer o eletrônico para dentro desse universo de musicalidade”. Além da pluralidade das influências, as letras do registro estão mais diretas, com discurso político mais afiado. Em “Ainda é Cedo”, OQuadro denuncia a violência sofrida pelo negro na periferia. “Quanto vale o corpo no chão ou na prisão, na mira do caveirão?/Fudido de crack, tristezas mil pra família, audiência pro Bocão”, destaca um trecho. “A gente vive em um planeta que parece estar mais violento, com violência física e emocional. O ‘Nego Roque’ pede o stop dessa coisa”, justifica Freeza.

Durante esses cinco anos que estiveram sem lançar novos discos, apenas singles como “Where I’m From”, “Jesus Cristin” e “Filme”, os integrantes do grupo OQuadro, que moram em diferentes lugares da Bahia, acumularam suas próprias bagagens “A gente conheceu outros ritmos durante este tempo, o rap dá essa possibilidade. Na busca de samples, passamos a ouvir soul music, reggae jamaicano e leque de possibilidade de música negra”, falou Freeza. Apesar do “leque” de influências, Freeza defende que a banda não perdeu sua identidade. “O rap é o ponto de partida para os mais variados estilos musicais”, completou o cantor.

Informações coletadas no BN

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