A trombose é responsável pela morte de uma em cada quatro pessoas no mundo, é o que indicam dados da International Society on Thrombosis and Haemostasis (ISTH). Para ampliar a conscientização sobre esse grave problema de saúde, a ISTH promove uma campanha global de alerta no Dia Mundial da Trombose (13/10) para chamar atenção sobre essa condição que é mortal, mas pode ser evitável. A campanha conta com mais de 1.000 organizações que representam 85 países.

A trombose venosa profunda é uma doença vascular que se caracteriza pela formação de coágulos (trombos) em uma ou mais veias principalmente nos membros inferiores, impedindo que a circulação flua de maneira correta, o que pode causar sensação de queimação, dor e inchaço na região afetada. De acordo com uma pesquisa realizada pela Bayer em 2014, em 20 países nos cinco continentes, apenas 4% dos brasileiros consideram os coágulos sanguíneos como a maior ameaça à vida, sendo que 51% afirmaram desconhecer sobre o risco fatal de uma trombose não tratada.

O alto risco de desenvolver um trombo serve de alerta para a população, especialmente para quem fica longos períodos sem se locomover, fator que pode levar a problemas na coagulação sanguínea. Para quem trabalha sentado por muito tempo, movimentar-se mais é essencial. Atividades simples como levantar para pegar uma água, esticar as pernas, ir até a mesa do colega de trabalho, substituir o elevador pelas escadas e andar por alguns minutos no horário do almoço são pequenos hábitos que ajudam na prevenção contra a trombose. A adesão a essas atividades pode ajudar a prevenir a doença que causa uma morte a cada 37 segundos no Ocidente, segundo aponta a ISTH.

“O paciente deve ter atenção ao ficar longos períodos sem se movimentar e também precisa saber que fatores de risco como histórico familiar, insuficiência cardíaca e obesidade podem representar um alerta para o surgimento da doença. Ter inchaço nas pernas acompanhado de dor pode ser um sinal de trombose. Ela pode vir com a sensação de queimação e mudanças na cor da pele. Embora os sintomas possam indicar o perigo, a maioria dos pacientes não detecta o problema em sua fase inicial, por isso, a recomendação é sempre procurar um médico ao perceber anormalidades”, orienta o Dr. João Carlos de Campos Guerra, hematologista e vice-presidente do Grupo Cooperativo Latino Americano de Hemostasia e Trombose (CLAHT). O especialista complementa ainda que pessoas que já tiveram algum caso na família de pessoas com trombose, devem fazer um acompanhamento médico.

Um outro fator de risco que é pouco falado é a gravidez. Durante o período de gestação, o risco de desenvolver coágulos está aumentado, com risco importante no pós-parto. Por isso, mulheres em fase gestacional devem ter atenção redobrada.

A conscientização sobre os riscos de desenvolver a doença se mostra mais necessária ao constatar que mais de 40% da população brasileira não conhece os sintomas, indica o Ministério da Saúde.

Além disso, o especialista destaca que outro agravante é a hospitalização, pois 60% dos casos de trombose ocorrem durante ou após o período de internação hospitalar. Isso acontece devido à mobilidade reduzida dos pacientes ou trauma nos vasos sanguíneos gerados por uma cirurgia ou lesão grave. “Apesar de delicado o quadro dos indivíduos em fase hospitalar, é possível prevenir o surgimento de novos coágulos nos vasos sanguíneos e deter o crescimento dos já existentes fazendo a indicação de anticoagulantes. Isso se aplica também para aqueles pacientes que possuem outros fatores de risco”, afirma o Dr. João Carlos.

Dentre as várias terapias disponíveis no Brasil, destacam-se as heparinas e varfarina, de amplo uso em nosso meio. Atualmente temos uma nova classe de anticoagulantes, que são inibidores diretos dos fatores Xa e Trombina, os popularmente conhecidos Novos Anticoagulantes Orais – NOACs. O mais usado atualmente no Brasil é a rivaroxabana (Xarelto®), além da apixabana e dabigatrana. Estas drogas foram amplamente estudadas com relação a eficácia e segurança para prevenção e tratamento do tromboembolismo venoso (TEV), que inclui a Trombose Venosa profunda e a Embolia Pulmonar, na prevenção de tromboembolismo venoso (TEV) após cirurgia eletiva de substituição da articulação de joelhos ou de quadril (artroplastia total de quadril ou artroplastia total de joelho) e na prevenção de derrame cerebral (AVC) e de formação de coágulos em outros vasos sanguíneos (embolia sistêmica) em pacientes adultos com arritmia do coração (fibrilação atrial não valvular).  

De maneira geral, para diminuir os riscos da trombose recomendamos algumas dicas que podem ser seguidas por todos: evitar permanecer muito tempo sentado sem se movimentar, manter uma dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, manter o peso adequado e fazer uso de meias de compressão caso tenha algum histórico familiar associado a varizes ou à trombose.

Informações de Erika Figueiredo Associate Executive Healthcare – Burson Marsteller

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